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Capital

Preso na Capital, “herdeiro de Escobar” é condenado a 14 anos por tráfico

"Figurão" do tráfico internacional, Jesus Einar Lima Lobo Dorado está na "Supermáxima" desde o dia 13 de maio

Anahi Zurutuza | 25/08/2021 16:04
Dorado em viatura da polícia boliviana logo depois de ser pego em casa. (Foto: El Deber/Arquivo)
Dorado em viatura da polícia boliviana logo depois de ser pego em casa. (Foto: El Deber/Arquivo)

Preso em Campo Grande, Jesus Einar Lima Lobo Dorado, o “Dom Pulo”, foi condenado a 14 anos de prisão por tráfico internacional de drogas pela Justiça Federal do Acre.

O boliviano foi extraditado para o Brasil no dia 5 de maio deste ano. Ele foi entregue em Corumbá e aguardava julgamento em cela da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, conhecida como “Supermáxima”, desde o dia 13 do mesmo mês.

O “figurão” do tráfico ficou conhecido como “herdeiro de Escobar”, por ser o sucessor do traficante colombiano Célimo Andrade, parente do outro poderoso Pablo Escobar, segundo a Felcn (Força Especial de Combate ao Tráfico de Drogas) da Bolívia.

Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, a "Supermáxima" de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, a "Supermáxima" de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Embora o MPF (Ministério Público Federal) do Acre tenha conseguido ordem para prender Lobo Dorado em 2017, só em setembro de 2019, a polícia boliviana cumpriu o mandado de prisão. “Dom Pulo”, também como é conhecido no país vizinho, estava “preso” em casa, num bairro nobre de Santa Cruz de La Sierra, até o governo boliviano efetivar a extradição.

O traficante foi acusado de ceder aviões para o transporte de cocaína para o Brasil, após investigação que o apontou como responsável pelo envio de, ao menos, 500 kg de cocaína da Bolívia e do Peru para o País ao longo do ano de 2014.

A quadrilha liderada em solo boliviano por “Dom Pulo”, de acordo com a acusação, arrendava fazendas na região fronteiriça e construía pistas de pouco clandestinas com a intenção de pousar as aeronaves carregadas com a droga.

Na sentença, a juíza Franscielle Martins Gomes Medeiros, substituta na 1ª Vara Federal do Acre, ressaltou que a cabeça do esquema no Brasil seria Valéria Silveira da Cruz, moradora de Rio Branco (AC). Além dela, outros integrantes da organização internacional já condenados, mas o caso de Lobo Dorado havia sido desmembrado do processo principal, por ele ser estrangeiro.

O traficante boliviano deverá cumprir a pena em regime inicialmente fechado e não poderá apelar da decisão em liberdade. Ele ainda foi condenado a pagar 1.400 dias-multa, no valor de 1/30 do salário-mínimo mensal vigente no Brasil à época dos fatos – cerca de R$ 33 mil.

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