Preso por matar jovem espancada ligou para socorro e tentou reanimar a vítima
Em depoimento, Edvan da Silva Rodrigues negou o crime e alegou que quando chegou Bruna já estava sem vida
Preso sob acusação de espancar e matar Bruna dos Santos Maroto, 26 anos, o mecânico de caminhões Edvan Da Silva Rodrigues negou em depoimento a autoria do crime e alegou que foi quem acionou o socorro e ainda tentou reanimar a vítima quando chegou em casa e a viu sem vida no local na Rua Lauro Muller, Bairro Jardim Los Angeles, em Campo Grande, no dia 28 de dezembro.
RESUMO
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Edvan Da Silva Rodrigues, mecânico de caminhões, foi preso por espancar e matar Bruna dos Santos Maroto. Em depoimento, negou o crime, alegando ter encontrado Bruna morta ao retornar para casa e ter tentado reanimá-la, acionando o socorro. Apesar de sua versão, Edvan possui diversas passagens pela polícia por violência doméstica, e Bruna havia solicitado, mas depois revogado, medidas protetivas contra ele. O juiz converteu o flagrante em prisão preventiva.
À delegada Patrícia Peixoto Abranches, o homem afirmou que não tinha mais nenhum relacionamento com Bruna e que ela só o procurava quando estava com fome. No dia do crime, ela havia acabado de chegar e ele afirmou que precisava ir ao mercado comprar comida.
“Ela aparecida de vez em quando, ficava a maior parte do tempo em outro bairro. Aí vinha ficava dois dias ali e sumia outra vez. Ela chegou eu disse que tinha que ir no mercado e falei para ela ir comigo porque não tinha segurança ali, toda hora entra uma pessoa estranha, sabe Deus porquê, mas ela disse que estava de boa e ia ficar ali”, relatou Edvan.
Ele relata então que saiu por volta das 19h e quando voltou encontrou a jovem já caída no chão. “Chamei ela não respondeu. Toquei nela, não tinha reação nenhuma. Cheguei perto do rosto e vi que não estava respirando. Fiquei apavorado e fui atrás de alguém para pedir um telefone emprestado e chamar o socorro”, afirmou.
Foi então que ele encontrou com um desconhecido que passava pela rua e pegou o telefone celular emprestado. Em ligação com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Edvan foi orientado a fazer as manobras de reanimação em Bruna, no entanto, não houve resposta.
“O rapaz disse que precisava ir embora e me pediu para tentar achar alguém com carro para levar ela para um hospital. Foi então que eu sai para ver se alguém me ajudava a levar ela”, explicou Edvan que foi preso duas horas pelo crime de feminicídio.
Em depoimento à polícia, o dono do celular relatou que realmente passava pelo local quando foi interceptado por Edvan que aparentava estar muito nervoso. “Ele disse que precisava ligar para o Samu pois a menina havia desmaiado e não acordava mais”. Como a massagem cardíaca não estava tendo efeito, o rapaz de 19 anos, afirmou que saiu para buscar ajuda.
“Quando voltou ele não estava mais no local. Ai que fiquei lá até a chegada do socorro e da polícia. Ele estava muito nervoso e não esperou nem o Samu chegar”, disse o rapaz.
Conforme apurou o Campo Grande News, Edvan tem ao menos 12 passagens por violência doméstica, além de registros por crime de trânsito. De acordo com a delegada Analu Ferraz, a vítima chegou a pedir diversas vezes medida protetiva contra ele, mas acabava revogando os pedidos.
No domingo (29), ele passou por audiência de custódia e, apesar de negar ter matado Bruna, o juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva determinou a conversão do flagrante em prisão preventiva para “garantia da ordem pública e instrução processual”.
O crime - Durante a noite de sexta-feira, a mulher foi encontrada por testemunhas no imóvel. Ela tinha lesões na cabeça e, então, a DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) foi acionada. Os policiais já constataram que a vítima havia sido brutalmente espancada e apresentava perfurações no corpo.
Diligências apontaram que ela mantinha relacionamento conturbado com um homem de 43 anos. "Havendo, inclusive, o registro de vários boletins decorrentes dessa situação", diz o delegado Rodolfo Daltro, que atendeu a ocorrência.
A polícia foi ao imóvel onde o suspeito mora, sendo informada que ele apareceu na casa com pressa, pegou roupas e saiu. Pouco tempo depois, o autor foi localizado na casa de um amigo, na mesma região.
"Alegou que estava na companhia da vítima, momento em que ela apresentou uma crise epilética e passou a se debater no chão, vindo a se lesionar fatalmente", descreve texto da DHPP.
Contudo, as lesões graves não indicavam um ataque epilético e, pressionado, o homem acabou confessando que matou a mulher. "Durante uma discussão passou a agredi-la, causando a morte dela. Relatou que também havia desferido golpes com uma faca contra a cabeça da vítima". A faca utilizada no crime foi encontrada com o suspeito, que acabou preso em flagrante pelo feminicídio.
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