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Capital

Quatro meses após prisão, guarda suspeito de integrar milícia é demitido

O ex-servidor municipal foi preso em maio desde ano por fazer ameaças à esposa de colega também envolvido no esquema

Geisy Garnes | 24/09/2019 18:34
Guardas municipais em 28 de maio, quando chegaram ao Centro de Triagem. (Foto: Kisie Ainoã/Arquivo)
Guardas municipais em 28 de maio, quando chegaram ao Centro de Triagem. (Foto: Kisie Ainoã/Arquivo)

O guarda municipal Rafael Antunes Vieira, suspeito de integrar uma milícia em Campo Grande, foi demitido pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) nesta terça-feira (24). O ex-servidor municipal foi preso em maio desde ano por fazer ameaças à esposa de colega também envolvido no esquema a mando dos patrões, um deles, empresário conhecido em Mato Grosso do Sul.

A decisão foi publica no Diário Oficial de Campo Grande nesta manhã. Rafael foi preso no dia 22 de maio junto com o então colega de profissão Robert Vitor Kopetski e o segurança Flavio Narciso Morais da Silva, e estava afastado da corporação desde o dia 29 do mesmo mês.

O trio foi descoberto após investigação do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros) que resultaram na descoberta de um arsenal no Jardim Monte Líbano, e na prisão do guarda municipal Marcelo Rios. Conforme as investigações, todos são integrante de uma milícia que atua na Capital.

Rafael, Robert foram detidos por ameaçar testemunhas ligadas a Marcelo, que prestaram depoimentos após a apreensão de armas e munições que estavam com ele.

Entenda - Marcelo Rios foi preso no dia 19 de maio com o arsenal utilizado em crimes de homicídio em Campo Grande. Robert Vitor Kopetski, Rafael Antunes Vieira e Flávio Narciso Morais da Silva foram denunciados por ameaçar e coagir a esposa de Marcelo.

No dia da prisão, conforme a denúncia, a mulher prestou informações sobre a atuação de membros do grupo criminoso. Ela disse que o marido atuava como segurança de empresário, provocando ameaças pelos três.

No dia seguinte, Rafael foi até a casa da testemunha e entregou R$ 1,2 mil para ajudar no pagamento de despesas. À noite, recebeu recado de Flávio de que deveria tomar cuidado com a polícia. A testemunha foi alertada pela mãe, por telefone, de que alguém estava a sua procura, quando percebeu que estava sendo monitorada pela organização criminosa.

Ela recebeu mais R$ 500 e foi orientada a mudar de casa e telefone. Conforme a denúncia, os policiais foram atrás da testemunha e a encontraram com Flávio, que se identificou como amigo da família. A mulher foi levada ao Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestro) e ao chegar em casa foi alertada e sofreu ameaça de morte. Este terceiro homem que a esperava em frente ao portão foi identificado como Robert.

Em carta datada de 11 de junho, a mulher afirmou que não sente “a vida e nem a integridade física ameaçada”.

O arsenal encontrado tinha o mesmo modelo de fuzil usado em três execuções. As vítimas foram Martins de Figueiredo (PM reformado e então chefe da segurança da Assembleia Legislativa), Orlando da Silva Fernandes (ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat) e o universitário Matheus Coutinho Xavier.

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