Queimadas recorrentes obrigam moradores a conviver com 12 horas de fumaça
Atear fogo em terrenos baldios ou áreas de mata é considerado crime ambiental e multa pode chegar a R$ 9,6 mil
Incêndio que tomou conta de um terreno baldio no Jardim Veraneio, no fim da tarde desta quarta-feira (18), é uma situação frequente, segundo moradores. O Campo Grande News voltou ao local na manhã de hoje (18) e constatou que, mesmo após 12 horas, a fumaça da queimada ainda permanecia no ar.
RESUMO
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Incêndio em terreno baldio no Jardim Veraneio, em Campo Grande, preocupa moradores devido à frequência de queimadas na região. O fogo, que começou na tarde de quarta-feira (18), produziu muita fumaça, visível mesmo após 12 horas do ocorrido. Moradores relatam que as queimadas são comuns no bairro, muitas vezes iniciadas por usuários de drogas que queimam fios no local. A situação é agravada pelo tempo seco, que facilita a propagação das chamas e aumenta a quantidade de fumaça. Testemunhas afirmam que o incêndio de quarta-feira foi criminoso, tendo sido iniciado por um ciclista. A proximidade com um condomínio residencial, onde moram muitas crianças, aumenta a preocupação dos moradores com os riscos à saúde causados pela fumaça.
O terreno fica na Rua Barra Funda, esquina com a Rua Wagner Jorge Borttoto Garcia. É cercado e aparenta ser particular. As imagens do incêndio chamam a atenção pela altura das chamas e pela grande quantidade de fumaça. Tudo aconteceu enquanto a Capital registrava 26°C, com umidade relativa do ar em 44%, conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
De acordo com o mecânico Weslei Gabriel, de 21 anos, os trabalhadores saíram do local por volta das 17h e ainda não havia sinais de fogo. “O incêndio começou ao lado do condomínio. Não acho certo; faz mal para todo mundo. Nesse condomínio mora muita criança”, disse.
Ele contou ainda que as queimadas em terrenos do bairro são recorrentes. “Os usuários de drogas carregam fios e entram nos terrenos para queimar e tudo acaba pegando fogo. Nossa sorte é que o vento está no sentido oposto e não chega tanto cheiro aqui”, detalhou.
O comerciante Paulo Rodrigues, de 59 anos, afirmou que demorou para perceber o fogo na noite de ontem. “Quando eu vi, já tinha um pedaço queimando, e os bombeiros logo chegaram. Sempre alguém entra aí e coloca fogo”, relatou.
Para ele, o problema se agrava com o tempo seco. “É horrível porque está muito seco. Da outra vez, a fumaça veio para cá e não tinha nem como trabalhar. Fechei o comércio por meia hora”, completou.
Na noite de ontem, testemunhas disseram ao Campo Grande News que o incêndio foi criminoso, pois viram um ciclista ateando fogo ao terreno.
Risco à saúde - Nesta época do ano, os hospitais de Campo Grande lotam por problemas respiratórios. O tempo seco, aliado às queimadas urbanas, intensifica crises de asma, bronquite e rinite, além de causar complicações em quem já tem doenças crônicas.
A fumaça liberada por incêndios em terrenos baldios carrega partículas finas que, ao serem inaladas, irritam os pulmões e as vias aéreas. Crianças e idosos estão entre os mais afetados, já que possuem sistema imunológico mais frágil e maior sensibilidade à poluição. Mesmo pessoas saudáveis podem apresentar tosse, falta de ar, dor de cabeça e ardência nos olhos após horas de exposição.
Médicos alertam que a fumaça pode agravar quadros cardíacos, aumentar a pressão arterial e desencadear crises respiratórias graves. Em situações assim, a recomendação é manter portas e janelas fechadas, evitar atividades físicas ao ar livre e procurar atendimento médico diante de qualquer dificuldade para respirar.
A prática de atear fogo em áreas urbanas é crime ambiental, com multas que podem chegar a R$ 9,6 mil. Denúncias podem ser feitas à Guarda Civil Metropolitana, pelo telefone 153, à Decat pelo (67) 3325-2567, ou à Semades pelo 156.
Crime ambiental - atear fogo em terrenos baldios, florestas ou áreas de mata é considerado crime ambiental e a multa pode chegar a R$ 9,6 mil. Caso haja flagrante, a denúncia pode ser feita à Guarda Civil Metropolitana, pelo 153.
As denúncias de queimada também podem ser feitas à Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) pelo número (67) 3325-2567 e à Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável) pelo 156.
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