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Capital

Quem depende de ônibus comemora mudança da nova Casa da Saúde

Primeiro dia de atendimento na nova sede foi cheia de pacientes que aprovaram mudança de endereço

Por Natália Olliver e Clara Farias | 21/08/2024 09:28
Atendimentos começaram nesta quarta-feira, na nova sede da Casa da Saúde, em Campo Grande (Foto: Clara Farias)
Atendimentos começaram nesta quarta-feira, na nova sede da Casa da Saúde, em Campo Grande (Foto: Clara Farias)

Pacientes que fazem uso do transporte público de Campo Grande e precisam pegar medicamentos na Casa da Saúde comemoraram a mudança de endereço da unidade. A nova sede fica no coração da cidade, na Rua Dom Aquino, número 1.789, quase esquina com a rua Rui Barbosa. O local foi inaugurado nesta terça-feira (20) e começou a atender o público na manhã desta quarta-feira (21).

A movimentação no primeiro dia de atendimento foi normal, ou seja, com fluxo significativo de pessoas, porém, sem superlotação ou muito tempo de espera. Pelo menos, nas primeiras horas da manhã.

Rosângela Aparecida Barbosa, de 55 anos, chegou até o local de ônibus e ficou feliz em não precisar mais fazer baldeação com dois veículos. Ela conta que mora no bairro Copasul e que agora pegou apenas um ônibus. Ela recebe medicamentos há seis meses no local para reumatismo e síndrome de Raynouds.

“Agora eu posso dormir um pouquinho mais. É cinco minutos da minha casa aqui de ônibus. Muito rápido. Mas quando estava lá no Albano Franco, eu levava quase uma hora e meia. É, a diferença é muito grande. Então, é mais qualidade de vida também. Porque agora passo menos tempo no transporte público lotado. Antes eu tinha que pegar dois ônibus”.

Rosângela Aparecida Barbosa, pega ônibus para chegar até o local (Foto: Clara Farias)
Rosângela Aparecida Barbosa, pega ônibus para chegar até o local (Foto: Clara Farias)

Para voltar, o transtorno era ainda maior, se na ida o trajeto demorava 1h30, na volta ele durava o dobro, segundo Rosângela. “Lá no Albano Franco não dava, você perdia um dia inteiro praticamente. Tinha um horário de pico, então tinha um ônibus atrás do outro. Para vir. Passou o horário de pico era só de um e uma hora o ônibus. Então dependendo do horário que eu saísse de lá, se eu perdesse o ônibus, só três horas depois”.

Izaura Silva da Costa Leite, de 80 anos, chegou até a Casa da Saúde de carro nesta quarta-feira, porém comemorou por não precisar mais da carona da filha para buscar os remédios, quando ela não puder levá-la.

“Facilita a vida, posso vir até de ônibus que chego rápido. Hoje vim de carro, minha filha trabalha aqui no Centro e trouxe a gente. Lá [Albano Franco] era bem mais longe. Eu moro no São Conrado, então estar no Centro é bem melhor".

Izaura Silva da Costa Leite retira medimentos para neta (Foto: Clara Farais)
Izaura Silva da Costa Leite retira medimentos para neta (Foto: Clara Farais)

O músico, João Guedes, de 58 anos, mora no bairro Nova Lima e afirma que o endereço da sede ficou melhor. “Aqui ficou melhor para todo mundo, é mais no Centro. Antes era longe”. João foi fazer o recadastramento para receber os medicamentos em casa. Quem usa é o irmão mais novo, que tem reumatismo

“É na junta, assim, é um negócio sério. Já faz uns quatro, cinco anos. Que ele pega na casa da saúde. Meu irmão é novo, mas a doença não escolhe a idade".

Em Mato Grosso do Sul, 54 cidades estão cadastradas no programa Remédio em Casa, e têm direito a receber medicamentos do SUS (Sistema Único de Saúde) por delivery. Tanto os medicamentos quanto a entrega são gratuitos. Motoboys de empresa contratada pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) levam até a casa ou local de trabalho do paciente.

Patrícia Veiga Carrilho, coordenadora da assistência farmacêutica da SES, explicou que por dia a Casa atende, em média, 400 pessoas. O local também trabalha com agendamento prévio de atendimentos e entregas gratuitas a domicílio. Para ela, isso dá celeridade ao processo e evita superlotação.

“Então ele [o sistema] garante que o paciente vai ser atendido em até 30 minutos no máximo. Ele chega aqui e confirma a presença dele. Então para o paciente o ideal é fazer o agendamento ou então ele recebe em casa ou no trabalho, ele que vai optar pelo endereço de entrega. Mas a demanda aqui é por livre demanda”.

João Guedes aguardando atendimento na manhã desta quarta-feira (Foto: Clara Farias)
João Guedes aguardando atendimento na manhã desta quarta-feira (Foto: Clara Farias)

O sistema funciona com distribuição de senhas separadamente. Quem agendou antes é chamado por um tipo específico de senha, já quem pegou na hora, por outro. Patrícia ressalta que os funcionários costumam mesclar os atendimentos para que ninguém aguarde a mais que o esperado.

“Os principais objetivos da mudança é facilitar o acesso e também diminuir o tempo de espera. A gente reduzir também um passo do atendimento, o paciente não tem que se dirigir mais até a farmácia, o próprio servidor que atende já entrega o medicamento e ele vai embora, então a gente está buscando a agilidade para o serviço”.

Novidade - Para os pacientes que chegam de carro até a Casa da Saúde, a secretaria firmou parceria com um estacionamento privado a poucos metros dali. Os usuários podem estacionar pagando apenas por uma hora, independente do tempo em que o veículo fique lá. No local, há a entrega de um ticket que será carimbado.

Conforme a SES, 90% do público que recebe atendimento na Casa da Saúde usa transporte público. O recurso da parceria tem como objetivo deixar o acesso ideal para todos.

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