Rapaz muda depoimento e confirma que participou de agressões ao primo
Suspeito disse que era obrigado a participar dos rituais e que também foi agredido pelos tios
Contrariando o que disse na 1ª Delegacia de Aquidauana, onde foi preso e ouvido na tarde de ontem (24), o jovem de 18 anos, suspeito de participar das sessões de tortura ao menino de 4 anos, confirmou durante depoimento na manhã de hoje (25) que participou das agressões ao garoto, que é seu primo. Inicialmente, o suspeito relatou que participou de alguns episódios de magia negra, mas negou que tenha agredido a criança.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Paulo Sérgio Laureto, o jovem disse que era obrigado a participar dos rituais de tortura ao garoto porque morava de favor na casa dos tios e que também teria sido agredido pelo casal. Segundo o jovem, em um dos rituais, a tia teria feito com que uma entidade "baixasse" nele e o fizesse agredir a criança.
Além disso, afirmou que a mãe da tia da criança também participava dos rituais, contradizendo o que ela disse em depoimento na tarde de ontem. Segundo a mulher, quando era casada, participava de rituais de magia, mas nenhum deles machucando pessoas e envolvendo crianças.
"As evidencias contra ela estão cada vez mais fortes", declarou delegado Laureto, que informou que vai pedir um mandado de busca e apreensão com ordem de arrombamento pra poder entrar na casa do casal, onde aconteciam as agressões, e realizar a perícia no cômodo onde tudo acontecia, além de recolher os objetos utilizados.
O jovem de 18 anos será encaminhado ainda hoje para o presídio, mas ainda não se sabe para qual estabelecimento penal. A mãe da tia da criança deve voltar a ser ouvida.
Caso – O homem de 46 anos, a mulher de 31 e o jovem de 18 são suspeitos de torturar o menino de 4 anos durante rituais de magia negra. A polícia começou a desvendar o caso na terça-feira (23), após ser acionada pelo Conselho Tutelar Centro, que constatou queimaduras e marcas de espancamento pelo corpo do menino, que está internado na Santa Casa. O casal está preso e deve responder por tortura qualificada e abandono de incapaz, com pena superior a 10 anos de prisão.