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Capital

Mesmo apresentando forte cheiro de álcool, estudante diz que não bebeu

Luciana Brazil | 31/05/2012 13:20
Estudante diz, em depoimento, que não ingeriu bebida alcóolica.(Foto:Minamar Júnior)
Estudante diz, em depoimento, que não ingeriu bebida alcóolica.(Foto:Minamar Júnior)

Depois de atropelar e matar o segurança Davi Del Vale Antunes, 31 anos, na madrugada desta quinta-feira, o estudante Richard Ildivan Gomide Lima, 21 anos, negou ter ingerido bebida alcoólica antes do acidente. A declaração de Richard aconteceu depois da assinatura do Termo de Embriaguês, assinado pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. Segundo os PM’s, o autor apresentava forte odor de álcool, além da voz pastosa e embargada, sintoma de quem consumiu bebida alcoólica. “Ele não aguentava nem ficar em pé”, disse um dos policias.

Durante depoimento na Depac (Delegacia de Pronto-Atendimento Comunitário), o estudante, que se negou a fazer o teste do bafômetro, afirmou que há dias não bebe. “Ele disse que bebeu a última vez há duas semanas”, contou o delegado Divino Furtado Mendonça.

“Nós entendemos que em razão da extrema violência da batida, o autor assumiu o risco do resultado”, disse Mendonça. O veículo não estava a menos de 120 km/h no momento da colisão, segundo os policiais militares que viram o carro passando pela avenida Afonso Pena momentos antes do acidente.

O estudante disse em depoimento que na noite de quarta-feira (30) estava em casa assistindo ao jogo de futebol da seleção brasileira. “Ele disse ter assado um carneiro, na casa dele, como um tio e dois amigos. Segundo ele, cada um deveria levar a bebida que ia consumir, mas ainda assim, ele negou ter bebido”. O estudante disse ainda que voltava para casa no momento do acidente, já que havia saído para levar um amigo. “A casa dele é para outro lado e não no rumo que ele estava”, afirmou Mendonça.

Richard será indiciado por homicídio doloso na direção de veículo automotor e omissão de socorro. A polícia entendeu que o autor assumiu o risco de matar, já que dirigia em alta velocidade, além de estar embriagado. Devido a isso, o crime é caracterizado como dolo eventual.

Delegado afirma que Richard assumiu o risco de matar. (Foto:Minamar Júnior)
Delegado afirma que Richard assumiu o risco de matar. (Foto:Minamar Júnior)

O caso será encaminhado para a 3° Delegacia de Polícia, no bairro Carandá. Duas testemunhas serão ouvidas pelo delegado da área, uma delas é o frentista do posto de gasolina que fica em frente ao local do acidente.

Richard, que já tinha passagem pela policia quando menor, por dirigir sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação), cursava direito na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) e segundo o delegado, também já havia feito ciências contábeis.

Acidente - A vítima estava parada no semáforo que possui radar de velocidade. De acordo com Janine de Lima Bruno, diretor de transporte da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), os semáforos com radar registram durante 24 horas o excesso de velocidade nos locais. Porém, no período que vai das 20 horas até às 6 horas da manhã, o motorista que avançar o sinal, respeitando o limite de velocidade, não é multado.

“O limite de velocidade é registrado durante todo o dia, mas o avanço de sinal não”. Segundo a Agetran, é uma forma de evitar que as pessoas sejam assaltadas no período em que as ruas estão com menor movimento. Mas a polícia orienta para que os condutores só avancem o sinal em caso de necessidade e quando isso for feito, que seja feito com atenção e prudência.

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