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Capital

Reajuste escalonado tem aceitação parcial e não acaba com greve

Aline dos Santos e Natalia Yahn | 31/03/2016 13:07
Quinta-feira foi de protesto em frente à prefeitura de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Quinta-feira foi de protesto em frente à prefeitura de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Tabosa fez assembleia e servidores decidiram manter greve.  (Foto: Natalia Yahn)
Tabosa fez assembleia e servidores decidiram manter greve. (Foto: Natalia Yahn)

A proposta de reajuste linear escalonado de 9,57% teve aceitação parcial entre os servidores de Campo Grande. Categorias como Guarda Municipal e enfermagem aceitaram. Já os administrativos da Educação recusaram e prometeram acampar no Paço Municipal, na avenida Afonso Pena, amanhã, quando a greve vai completar dois dias. Já os agentes de saúde farão assembleia às 19h desta quinta-feira (dia 31).

Durante entrevista coletiva, o prefeito Alcides Bernal (PP) anunciou reajuste linear de 9,57% para todos o funcionalismo público. Contudo, o percentual será escalonado. As categorias 1 a 7 vão receber o reajuste integral em maio. Já para as categorias 8 a 10, o reajuste vem em duas parcelas: 5,57% em maio e o restante em dezembro. A divisão também foi adotada para quem faz parte das categorias 11 ao 16, com 3,57% em maio e a diferença em dezembro.

A proposta causou revolta em quem afirma receber, após os descontos, menos de um salário mínimo para passar o mês. Concursada há 20 anos, Terezinha Zortéa, 53 anos, reclamou para Bernal que seu salário teria acréscimo de R$ 55. “Com R$ 55 não compro nem leite para minha família. Um absurdo isso”, disse.

Rosângela dos Santos, 39 anos, trabalha na limpeza de escolas e recebe, após descontos, R$ 600. “Poderia ter pelo menos melhoria na bolsa-alimentação, que é de R$ 190. Tem comissionado que recebe R$ 400”, afirmou.

Ela ainda fez um comparativo ao prefeito sobre a diferença entre os concursado e contratados por meio de terceirizadas. “Chegou na sua mesa o contrato e você renovou. Eles riem na nossa cara. Tem insalubridade, bolsa-alimentação melhor”, disse.

Bernal reconheceu que os valores são baixos e prometeu reunião para avaliar os cargos com menor remuneração. Sobre as terceirizações, disse que demitiu 400 pessoas.

Acampamento – Logo após o anúncio, o presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais), Marcos Tabosa, fez assembleia com os administrativos das escolas municipais e Ceinfs (Centros de Educação Infantil). Ainda em frente da prefeitura, a categoria recusou a proposta. Amanhã, a greve prossegue com acampamento.

“O Bernal não aguenta dois dias de greve. Os administrativos são essenciais ao funcionamento das escolas”, afirma Tabosa. São dois mil trabalhadores em 94 escolas municipais e 98 creches.

O sindicalista vai à Câmara Municipal na tentativa de impedir a votação do projeto que será apresentado pelo prefeito. Devido à legislação eleitoral, o reajuste deve ser aprovado até 5 de abril.

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