ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
FEVEREIRO, TERÇA  25    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Rita Vieira é um dos bairros com registro de dengue sorotipo 3

Campo Grande já soma 4 casos de dengue sorotipo 3, todos registrados na região do Bandeira, diz a Sesau

Por Mylena Fraiha | 25/02/2025 11:24
Rita Vieira é um dos bairros com registro de dengue sorotipo 3
Mosquito Aedes aegypti pousado em uma folha e visto com uma lente de aproximação. (Foto: Arquivo/Fiocruz)

O Rita Vieira é um dos bairros que registraram casos de dengue tipo 3, sorotipo que não circulava na Capital há 18 anos. Ao todo, Campo Grande soma quatro casos de dengue sorotipo 3, todos registrados na região do Bandeira. No entanto, os nomes dos demais bairros não foram divulgados. A informação foi compartilhada nesta terça-feira (25) pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O bairro Rita Vieira, em Campo Grande, registrou casos de dengue tipo 3, sorotipo que não circulava na cidade há 18 anos. A CCEV da Sesau monitora bairros com alta incidência para identificar os sorotipos. Mato Grosso do Sul já tem 70 casos de dengue tipo 3. O primeiro caso recente foi de uma mulher de 35 anos, que se recuperou bem. A CCEV realizou uma reunião técnica para alinhar estratégias de controle e prevenção. O sorotipo 3 preocupa por seu potencial de causar formas graves da doença. A população é orientada a adotar medidas simples para evitar a proliferação do mosquito.

De acordo com o último boletim epidemiológico da dengue, divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), Mato Grosso do Sul já soma 70 diagnósticos de dengue tipo 3. O primeiro caso desse sorotipo em Campo Grande após quase duas décadas foi de uma mulher de 35 anos, que apresentou os primeiros sintomas no dia 23 de janeiro. No entanto, o quadro não evoluiu para uma forma grave, e a paciente se recuperou bem, sem necessidade de internação.

Para fortalecer as ações de controle e prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a CCEV realizou nesta terça-feira uma reunião técnica voltada aos profissionais de controle de vetores em Campo Grande. Encontro está ocorrendo na sede do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), no bairro Amambai.

Rita Vieira é um dos bairros com registro de dengue sorotipo 3
Reunião estratégica do CCEV, realizado no auditório do IMPCG, em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf).

Segundo o coordenador da CCEV, Wagner Ricardo dos Santos, o encontro visa alinhar as estratégias do ciclo de trabalho das equipes, programado para ocorrer entre março e abril. “É um encontro essencial porque reúne técnicos da área, como os responsáveis pelo controle de vetores, vigilância ambiental e controle de zoonoses, para traçarmos estratégias conjuntas. Com o período chuvoso, a infestação já é observada e preocupa. Hoje, estamos discutindo medidas para lidar com essa situação”, explicou.

Com a reincidência do sorotipo 3 no município, o coordenador também enfatizou a necessidade de monitoramento contínuo, algo que está sendo discutido na reunião. “O sorotipo 3 nos preocupa porque faz muito tempo que ele não circula nas grandes cidades do Brasil. Isso pode levar a um aumento significativo de casos. Por isso, precisamos acompanhar de perto e mapear onde a doença está se espalhando”, afirmou.

Sorotipos - Segundo o Ministério da Saúde, os sorotipos são variações do vírus que, embora pertençam à mesma espécie, possuem diferenças em sua composição antigênica. No caso da dengue, os quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) são suficientemente distintos para que uma infecção por um deles não garanta imunidade contra os outros.

Isso significa que uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes, uma por cada sorotipo. Além disso, infecções subsequentes por diferentes sorotipos aumentam o risco de formas mais graves da doença. A infecção por um determinado sorotipo confere imunidade permanente contra ele, mas apenas uma proteção temporária contra os demais.

O Ministério da Saúde aponta que o DENV-3 é um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, ou seja, tem maior potencial de causar formas graves da doença. Estudos indicam que, após uma segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais severos, independentemente da ordem dos sorotipos envolvidos. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais graves.

A introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outros pode desencadear epidemias significativas. No Brasil, por exemplo, o aumento da incidência da doença entre 2000 e 2002 foi associado à chegada do DENV-3, elevando o risco de surtos de dengue e febre hemorrágica da dengue.

Segundo Vagner, qualquer paciente com suspeita da doença deve procurar uma unidade de saúde para receber atendimento adequado e, se necessário, realizar exames para identificação do sorotipo. “Apenas por meio de exames é possível confirmar qual é o sorotipo”, reforçou.

Como combater o mosquito - O coordenador do CCEV explica que a população pode adotar medidas simples para evitar a proliferação do mosquito. “É essencial dedicar pelo menos 10 minutos por semana para checar possíveis focos em casa, como vasilhas de animais, ralos de banheiros pouco usados, vasos sanitários em desuso, recipientes com água parada e lixo descartado de forma inadequada”, alertou.

Rita Vieira é um dos bairros com registro de dengue sorotipo 3
Vagner explica que a população pode adotar medidas simples para evitar a proliferação do mosquito (Foto: Marcos Maluf).

Outro ponto importante é a colaboração com as ações de combate promovidas pelo município. “Quando o fumacê estiver circulando, é fundamental abrir portas e janelas para que o inseticida alcance os focos do mosquito”, explicou Santos.

A orientação também se aplica a imóveis fechados, que precisam ser vistoriados regularmente. “Com o Carnaval e o período de férias, muitos imóveis ficam desocupados, aumentando o risco de criadouros do Aedes aegypti. Terrenos baldios devem ser mantidos limpos e roçados para evitar o acúmulo de lixo. Também é importante instalar avisos para coibir o descarte irregular de resíduos”, ressaltou.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias