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Capital

Sargento alvo do Gaeco quer diretor do DOF para testemunha de defesa

A audiência com as testemunhas de acusação foi realizada em 6 de junho, quando a defesa voltou a pedir a liberdade do policial militar

Aline dos Santos | 14/06/2018 09:38
Primeira fase de operação aconteceu em 16 de maio, realizada pelo Gaeco e Corregedoria da PM. (Foto: Saul Schramm)
Primeira fase de operação aconteceu em 16 de maio, realizada pelo Gaeco e Corregedoria da PM. (Foto: Saul Schramm)

A defesa do sargento Ricardo Campos Figueiredo, alvo da operação Oiketicus, pediu a inclusão do comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) no rol de testemunhas. A solicitação foi anexada ao processo, que tramita na Auditoria Militar, na última terça-feira (dia 12).

O pedido é para que o diretor do DOF, coronel Kleber Haddad Lane, substitua umas das testemunhas de defesa do sargento. Nesta quinta-feira (dia 14), o comandante disse ao Campo Grande News que trabalhou com Ricardo no ano de 2015, na Governadoria, antes de assumir o DOF, em 2017.

A audiência com as testemunhas de acusação foi realizada em 6 de junho, quando a defesa voltou a pedir a liberdade do sargento.

Alvo da operação em que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investiga participação de policiais militares na Máfia do Cigarro, Ricardo não tinha mandado de prisão, mas acabou preso no dia 16 de maio em flagrante por posse de arma ilegal de uso restrito e obstrução de Justiça.

Conforme o Ministério Público, o sargento, ao visualizar a equipe do Gaeco, danificou seus dois celulares, que deveriam ser apreendidos.

Três dias depois, em 19 de maio, o policial foi solto por determinação do desembargador do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Paschoal Carmello Leandro. A decisão substituiu a prisão por medida cautelares, como comparecimento em juízo e proibição de manter contato com pessoas relacionadas aos fatos.

Mas, numa reviravolta, o desembargador José Ale Ahmad Netto revogou a liminar e restabeleceu a ordem de prisão. Ricardo está preso desde 24 de maio. A Oiketicus foi realizada em parceria com a Corregedoria Militar.

Suspeita - Conforme o Gaeco, Ricardo já tem condenação e é réu em outras ações penais. A condenação foi por crime previsto no artigo 319 do Código Penal Militar, que corresponde a retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício ou praticá-lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Outro ponto destacado foi que, em 2015, ele apresentou variação patrimonial sem origem declarada de R$ 182.709. Para o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), situação a “indicar que sobreveio de corrupção”. Consulta ao Portal da Transparência, mostra remuneração de R$ 6,8 mil pelo cargo na PM e R$ 5,8 mil pelo posto de assessor. Oiketicus é um inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro”.

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