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Capital

Saúde, idade e risco à vida levaram Jamil Name para a cela 17

Ala é destinada a presos que já foram da segurança pública, parentes de policiais e ainda políticos

Marta Ferreira e Geisy Garnes | 02/10/2019 20:26
Presos da Operação Omertà são conduzidos para a cela 17, que fica em ala separada no Centro de Triagem. (Foto: Paulo Francis)
Presos da Operação Omertà são conduzidos para a cela 17, que fica em ala separada no Centro de Triagem. (Foto: Paulo Francis)

A idade elevada, as condições de saúde e o risco à integridade física, caso fosse colocado em meio à massa carcerária, foram os motivos da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) para abrigar o empresário Jamil Name, 80 anos, na cela 17, normalmente destinada a presos ex-integrantes das carreiras de segurança pública e ainda políticos, como os que foram alvos da Operação Lama Asfáltica.

Jamil Name Filho está nesta ala também por segurança e, segundo a Agepen, porque é ele quem faz os cuidados primários de saúde do pai. Conforme o advogado Renê Siufi, que representa pai e filho, além de problemas cardíacos, Jamil Name tem diabetes. De acordo com ele, a doença não está sob controle e a glicemia, que mede o nível de açúcar no sangue, chega a atingir 500. O valor normal é de 90.

Segundo o defensor, existe preocupação com o quadro de saúde do cliente. Ele apresentou nesta semana pedido para que o médico de confiança de Jamil Name o atenda no hospital, mas a direção do presídio decidiu consultar o juiz-corregedor, Mário Esbalqueiro, e ele negou a entrada, pedindo justificativa à defesa.

Siufi informou que vai apresentar essa explicação em medida a ser protocolada nesta quinta-feira (3) na Justiça. Além de Name e do filho, estão no local ainda os policiais civis Vladenilson Daniel Olmedo (aposentado) e Márcio Cavalcanti da Silva, agente da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos). O guarda municipal Alcinei Arantes da Silva e Elton Pedro de Almeida, que também tiveram as prisões preventivas decretadas pela Omertà, estão entre os 26 detentos da cela.

Presos pela primeira vez em maio e depois no dia 31 de julho, o guardas municipais Robert Vitor Kopetski e Rafael Antunes Vieira e o segurança Flavio Narciso Morais da Silva, que se apresenta como motorista de Jamil, completam a lista.

Separada – No Centro de Triagem, a população carcerária é de cerca de 225 presos. Foi criada para ser uma unidade apenas de passagem dos detentos, onde eles seriam avaliados, passariam por elaboração de perfil criminal, para depois serem distribuídos no complexo penal, que tem ainda o Presídio de Trânsito, o Instituto Penal de Campo Grande e a Penitenciária de Segurança Máxima, além do Presídio Militar.

Na prática, a função do presídio não é obedecida. Na ala onde fica a cela 17, que tem solário separado, ficam presos pessoas com origem no sistema de segurança, servidores e políticos, como é o caso do ex-secretário e ex-deputado federal Edson Giroto. O entendimento é de que esses detentos não podem ficar junto com a massa carcerária, por questão de segurança. Essa ala é uma espécie de “puxadinho “ do CT. Antes, era apenas um pátio, mas diante da superlotação carcerária histórica, acabou sendo ampliada.

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