Sem 13º, funcionários da Santa Casa entram em greve e saem em protesto
Trabalhadores rechaçam proposta de parcelamento em três vezes, a partir de 2026
Cerca de mil trabalhadores da Santa Casa, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos, paralisaram as atividades nesta manhã, em protesto pelo atraso do pagamento do 13º salário. Os profissionais não aceitam a proposta de parcelamento em três vezes e esperam ser recebidos nesta manhã, na Governadoria, para tratar do tema.
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Cerca de mil profissionais da Santa Casa de Campo Grande paralisaram as atividades em protesto pelo atraso do 13º salário. Os trabalhadores rejeitam a proposta de parcelamento em três vezes e realizaram manifestação com cartazes e apitos no hospital. A paralisação conta com enfermeiros, técnicos, médicos e outros profissionais, mantendo 70% do efetivo em atividade. Além do atraso salarial, médicos relatam falta de insumos básicos, como antibióticos e insulina, e seis equipes médicas solicitaram encerramento de contrato com a instituição.
Na sexta-feira (19), a Santa Casa informou que não tem dinheiro para o 13º e a proposta seria dividir em três vezes, de janeiro a março. O hospital alega que tem valores para receber do Governo do Estado que estão atrasados.
Na manifestação, os trabalhadores usam cartazes, apitos e gritam “queremos décimo!”, "saúde, unida, jamais será vencida" e “fora, presidente”, referência a Alir Terra Lima. O grupo começou o protesto fazendo caminhada na parte externa do hospital e retornando para o saguão. Depois, foram para a parte externa e iniciaram manifestação pelas ruas no entorno.
O presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de MS), enfermeiro Lázaro Santana, diz que o atraso nos pagamentos é recorrente e que o parcelamento é considerado inaceitável.
O presidente do Sinterms (Sindicato dos Profissionais da Radiologia em Empresas Públicas e Privadas de MS), José Carrijo, diz que os funcionários não abrem mão do pagamento do 13º antes do Natal. Segundo ele, são 3,5 mil funcionários, entre pessoal de enfermagem, radiologia, serviços gerais e médicos, que estão sem receber.
Segundo Carrijo, as categorias mantiveram 70% do efetivo em atividade, com 30% dos trabalhadores participando da paralisação.
O presidente do Sintesaúde (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS), Osmar Gussi, informou que o percentual maior do que o previsto pela legislação em caso de paralisação é forma de evitar a desassistência aos pacientes.
A paralisação também tem participação de médicos, como explica a diretora clínica Izabela Falcão, alegando que os profissionais com contrato com a Santa Casa, como celetistas, estão sem receber o 13º, e os contratados como pessoa jurídica estão sem receber há seis meses. “Além desse atraso, falta insumo básico para assistência aos pacientes, de antibiótico a insulina e soro”, conta.
Izabela diz que seis equipes, formadas por cerca de 100 médicos da ortopedia, urologia, cirurgia pediátrica e radiologia intervencionista, pediram para encerrar contrato com a Santa Casa, mas que isso está sendo conversado com a instituição.
A reportagem entrou em contato com o CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de MS), e a informação é que a categoria ainda não tem posicionamento oficial sobre o atraso do 13º, o que somente será debatido em assembleia hoje, marcada para 19h30.
O governo estadual também foi questionado sobre o suposto atraso no repasse de verbas, mas ainda não há retorno. A reportagem procurou a assessoria da Santa Casa e também aguarda resposta para atualização do texto.
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