Sem interdição, 14 de Julho tem movimento reduzido no "sextou"

A Rua 14 de Julho registra movimento reduzido durante a noite desta sexta-feira (27), em Campo Grande. Mais cedo, a prefeitura optou por suspender o fechamento da pista a pedido dos bares instalados na região central, alegando que não houve resultado esperado pelo setor desde que o experimento foi iniciado, em agosto.

O objetivo era fortalecer a vida noturna e garantir mais segurança aos frequentadores, já que os estabelecimentos da região passaram a atrair mais público, que ocupa calçadas e parte da rua.

A reportagem do Campo Grande News esteve no local e encontrou com vendedores ambulantes e os tradicionais estabelecimentos alcoólicos abertos. Há, também, lojas que se adaptaram para ceder banheiros ao público com custo variado.

Além da população, equipes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) acompanham o trânsito de veículos e de pessoas. No entanto, ambas só devem intervir em casos isolados, como por exemplo, o bloqueio da pista causado pelo fluxo de consumidores.

Um dos proprietários, o responsável pelo Pizza Pub, Jean Paulo Vernochi Costa, explicou ao Lado B mais detalhes sobre a situação. Quando a rua passou a ser interditada, parte do acordo era de que a prefeitura iria manter fiscalização em relação aos ambulantes. Entretanto, o empresário garante que esse não tem sido o cenário.

De acordo com Jean, há fiscalização apenas no início da noite e, em sequência, os ambulantes passam a "tomar conta" da 14 de Julho. A consequência tem sido uma perda crescente para os bares que gira em torno de 30% da receita.

"Os ambulantes entram valendo. Dias atrás, contei na esquina da Maracaju e tinham 18 ambulantes, um do lado do outro, vendendo tudo o que nós vendemos com um valor muito abaixo. Para a gente, é inviável essa situação", diz Jean. Em geral, desde quem leva coolers até quem consome os produtos vendidos pelos ambulantes, tudo tem sido uma preocupação.

Questionados, os ambulantes consideram a situação complicada. Este foi o caso de Natally Vargas e Eliane Almeida. "O nosso público é outro, é algo mais simples mesmo e mais focado para os jovens que querem beber só uma vodka com energético, por exemplo", explicou. "Não queremos roubar o espaço deles, mas também entendemos. Acho que a solução seria criar, de alguma forma, espaço para todo mundo".

"Eu entendo a reclamação dos bares porque eles pagam impostos, taxas, enfim. Acredito que a prefeitura poderia organizar de uma forma que fizesse sentido, até porque os bares não vão dar conta da demanda como um todo", caracterizou Elaine.

O outro lado - Em nota à imprensa, a prefeitura informou que atendeu o pedido dos comerciantes, mas deve fechar novamente a pista no sábado (28).

"Com o aumento significativo do fluxo de pessoas, surgiram novos desafios operacionais que impactam não apenas a qualidade do serviço prestado, mas também a segurança e o conforto dos frequentadores. A Prefeitura ressalta que a ocupação por parte da grande quantidade de público nas noites da região central, se trata de algo novo na cidade, sendo previsível que gradativamente ajustes e mudanças sejam necessárias, conforme a demanda", diz o texto.

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