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Capital

Sem material em hospital, paciente espera por cateterismo há 5 dias

Homem foi atendido na UPA Leblon na terça-feira, quando foi diagnosticada necessidade de procedimento

Liana Feitosa | 26/06/2022 13:46
Fachada do Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis / Arquivo)
Fachada do Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis / Arquivo)

O gerente comercial Leônidas Pires de Oliveira e Silva Jr, de 59 anos, precisa de um cateterismo e aguarda há 5 dias pelo procedimento médico. Ele já passou por dois hospitais em busca do exame, mas, segundo a esposa dele, Aparecida de Fátima Hermisdorff, de 58 anos, falta material para a realização do procedimento.

O paciente deu entrada na manhã da terça-feira (21) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Leblon e, no final do dia, foi encaminhado em vaga zero para o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), o Rosa Pedrossian.

No entanto, assim que Leônidas chegou no hospital, a unidade de saúde informou à família que não poderia executar o procedimento por falta de materiais. “Nos informaram que não tinha material, os aparelhos estão funcionando, mas não tem material, nem medicamento para fazer esse exame, e nos disseram que ele ficaria dois ou três dias lá aguardando vaga em outro hospital para passar pelo procedimento”, relata Aparecida.

“Um médico se compadeceu da gente e tentou pegar emprestado material do HU (Hospital Universitário), mas não conseguiu, até que conseguimos uma vaga para meu marido ser transferido para o HU”, conta a esposa.

Previsão - Leônidas foi transferido três dias depois e deu entrada no HU na sexta-feira (24) à tarde. Ele aguarda pelo cateterismo no corredor da unidade. “Pelo menos no HU disseram que ele vai passar pelo exame na segunda-feira (27)”, completa a esposa.

“Estou exausta, está muito difícil. Igual meu marido tem várias, muitas pessoas aguardando para fazer esse cateterismo. Santa Casa lotada, HU e Regional lotados e, ainda por cima, sem material. Está complicada a coisa, é difícil porque você sabe que paciente cardíaco é uma bomba-relógio, pode infartar de novo e a gente pode acabar perdendo uma pessoa que a gente ama. Isso é desumano”, desabafa Aparecida.

De acordo com o diretor-presidente do Hospital Regional, Lívio Leite, "não é falta de material, mas excesso de procedimentos cirúrgicos, devido ao aumento extraordinário de pacientes que são encaminhados ao hospital. Isso ainda é reflexo da pandemia. Em 2019 a média de procedimentos cardíacos mensais eram de 103 cirúrgicos, 53 cateterismo e 23 angioplastias, no último mês de maio fechamos em 127 cirurgias, 69 cateterismo e 37 angioplastias. Materiais comprados para durar seis meses, não duram quatro. E não podemos simplesmente comprar mais, pois as regras de compras governamentais não permitem", afirma.

"Durante toda pandemia, enquanto fomos exclusivos na referência covid, nossos pacientes ficaram praticante sem atendimento. Estamos lotados de casos eletivos, não apenas cardíacos mas de outras clínicas também. Necessitamos do apoio da população no controle da covid, não somos mais referência, mas mesmo distribuindo pacientes, atingimos nesse fim de semana, 30 casos confirmados sendo que nove estão ocupando leitos de UTI. Quanto mais pacientes em enfermarias e UTIs menos eletivas poderemos fazer. Infelizmente a pandemia ainda tem um reflexo significativo no HRMS", completou, em resposta ao Campo Grande News.

Matéria editada às 9h30 de 27 de junho para acréscimo de informação

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