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Capital

Sesau culpa fornecedores por desamparo a mães de crianças com deficiência

Mães têm realizado protestos por conta da dificuldade de acesso a dietas e fraldas

Por Lucas Mamédio e Mylena Fraiha | 09/01/2025 15:48
Sesau culpa fornecedores por desamparo a mães de crianças com deficiência
Mães atípicas foram à Sesau durante a tarde desta quinta-feira (9) (Foto: Mylena Fraiha)

A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande alega que problemas com fornecedores têm dificultado o abastecimento de fraldas infantis, fórmulas para dietas especiais e medicamentos essenciais para crianças com deficiência. Nas últimas semanas, um grupo de mães destas crianças está realizando mobilizações em frente Centro de Especialidades Médicas (CEM) por conta da dificuldade de acesso a esses insumos.

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A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande enfrenta dificuldades no abastecimento de fraldas infantis, fórmulas para dietas especiais e medicamentos essenciais para crianças com deficiência, devido a problemas com fornecedores. Apesar de um investimento de R$ 7,7 milhões em insumos, apenas cinco das treze empresas contratadas cumpriram com as entregas, resultando em desabastecimento. Mães de crianças afetadas têm protestado, expressando sua frustração com a situação, enquanto a secretaria tenta minimizar os impactos substituindo itens em falta por alternativas disponíveis e tomando medidas legais contra os fornecedores inadimplentes.

“Alguns fornecedores, por problemas que fogem à nossa governança, não entregaram as fraldas e dietas contratadas. Esses casos foram notificados, e, infelizmente, pela norma legal, eles têm prazos que podem chegar a 30 dias para cumprir a entrega. Estamos cobrando e esperamos que isso seja normalizado nos próximos dias ou semanas”, afirmou secretária de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite de Melo, nesta quinta-feira (9).

Em um comunicado oficial, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) detalhou que, entre setembro e dezembro de 2024, foram distribuídas 26.986 unidades de dietas enterais para 693 pacientes e 263.938 tiras de fraldas para 1.556 pessoas.

Apesar disso, a pasta admitiu que dos 13 empenhos emitidos nesse período, apenas cinco empresas entregaram os produtos de forma completa e dentro do prazo. Outras quatro não realizaram nenhuma entrega e mais quatro fizeram entregas parciais, gerando um desabastecimento pontual.

Sesau culpa fornecedores por desamparo a mães de crianças com deficiência
Lilian falando com a imprensa na tarde desta quinta-feira (9) (Foto: Mylena Fraiha)

Para minimizar o impacto, a Sesau informou que está substituindo os itens em falta por alternativas disponíveis no estoque, com acompanhamento de uma nutricionista para avaliar a viabilidade de dietas similares. Atualmente, o município dispõe de 42 tipos diferentes de dietas e busca garantir a continuidade do atendimento até a normalização das entregas.

Ainda de acordo com a Sesau, o município investiu, até o momento, R$ 7,7 milhões em insumos nutricionais e fraldas descartáveis, sendo R$ 1,27 milhão para as fraldas e R$ 5,86 milhões para fórmulas nutricionais. Mesmo com o recurso garantido e a compra formalizada, a entrega desses produtos enfrenta atrasos que estão sendo tratados com medidas legais contra os fornecedores inadimplentes.

Apesar das explicações, o clima de insatisfação persiste entre as mães que enfrentam diariamente as consequências da falta desses insumos. Lilian Dayene Ricalde, de 42 anos, mãe de um menino de 8 anos com espinha bífida, participou do protesto durante a coletiva dada pela secretária e expressou sua frustração com a situação.

Sesau culpa fornecedores por desamparo a mães de crianças com deficiência
Secretária de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite de Melo, nesta quinta-feira (9) (Foto: Mylena Fraiha)

“Eles dizem que a compra foi feita, mas que o fornecedor não entrega. O que é curioso, porque qualquer coisa que você compra, mesmo um brinco de 10 reais na internet, se não recebe, você vai reportar e exigir seu dinheiro de volta. Mas a prefeitura faz compras de milhões, não recebe e fica por isso mesmo. É muito estranho. Dizem que a compra foi realizada, inclusive com pagamento. A própria doutora Rosana Leite nos mostrou as notas, confirmando que o pagamento foi feito. E aí, cadê esse material?”, questionou Lilian.

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