Tarifa de ônibus pode subir neste mês e superar R$ 3,00 na Capital
Aumento no preço do óleo diesel e inflação deve pressionar preços do vale transporte
A tarifa do transporte coletivo urbano de Campo Grande, a 3ª mais cara do País, pode ter reajuste ainda neste mês. O aumento, que depende do prefeito Alcides Bernal (PP), pode passar dos atuais R$ 2,85 e atingir R$ 3.
Os usuários do transporte coletivo podem ser surpreendidos com o reajuste de, no mínimo, 6,15%, que é a inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Campo Grande, calculado pela Uniderp Anhanguera.
Neste caso, pode chegar a R$ 3,02, mas a correção, calculada pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), ainda considera o reajuste no preço do óleo diesel, de 14% neste ano, dos insumos e dos salários dos trabalhadores.
Apesar do contrato ter sido assinado em novembro do ano passado pelo Consórcio Guaicurus - formado pelas empresas Viação Cidade Morena, Jaguar, Campo Grande e São Francisco -, a data-base do reajuste continua sendo março.
No entanto, a entidade ainda não debateu o assunto com o prefeito Alcides Bernal (PP). Ontem, ele confirmou que está discutindo o reajuste na tarifa de ônibus da Capital. Cerca de 190 mil usuários utilizam o transporte coletivo diariamente na Capital.
Usuários – A possibilidade de novo reajuste na tarifa foi considerada absurdo pelos moradores de Campo Grande. A universitária Heloísa Helena Anzilago, de 18 anos, contou que vai penar com nova majoração na tarifa.
Aprovada na segunda chamada do Sisu para a Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), ficou sem o passe do estudante e vem vendendo o vale alimentação para ir à faculdade. “Já está doendo no bolso, antes de acontecer”, afirmou, sobre o provável reajuste.
Já a doméstica Terezinha Norberto, de 49 anos, considerou novo reajuste absurdo, porque o sistema de transporte público é péssimo. “Se pelo menos, correspondesse a realidade (sobre a qualidade e o preço”, resumiu.
A cozinheira Tereza Vieira dos Santos, de 48 anos, também criticou o sistema. “Se tivesse mais ônibus e a qualidade fosse melhor, eu ainda concordava com o valor. Mas a situação é terrível, principalmente, aos sábados, aos domingos e à noite”, resumiu.