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Capital

Tempo e gripe lotam postos, espera chega a 6h e demora irrita prefeito

Lidiane Kober e Zana Zaidam | 16/07/2014 18:36
Paciente chegou a ficar sem cadeira para sentar em dia de lotação na Upa Vila Almeida (Foto: Marcelo Calazans)
Paciente chegou a ficar sem cadeira para sentar em dia de lotação na Upa Vila Almeida (Foto: Marcelo Calazans)

O tempo seco e os casos de gripes lotaram, nesta quarta-feira (16), unidades de saúde de Campo Grande. Alguns pacientes precisaram esperar até seis horas por atendimento. A demora chegou aos ouvidos do prefeito Gilmar Olarte (PP), que reagiu irritado com a propagação das queixas.

No Upa (Unidade de Pronto-Atendimento) da Vila Almeida, até cadeira faltou para alguns pacientes sentar e esperar pela consulta. Todas as salas estavam lotadas, principalmente, de idosos e crianças.

O militar Bruno Machado, de 25 anos, chegou na unidade de saúde no meio-dia e até às 18h aguardava atendimento para a filha, de 3 anos, que há uma semana apresenta coriza e tosse. “Informaram que quatro pediatras estão atendendo, mas estão demorando muito para chamar”, disse.

O calheiro, Cleber Cristian da Silva, de 22 anos, aguarda atendimento desde às 14h. “Estou com a bronquite atacada desde hoje de manhã, imagino que é por causa do tempo seco”, comentou. Quando chegou à Upa, ele nem achou lugar para sentar e, com o corpo mole, usou o capacete como cadeira.

Com muita dor no corpo e tosse, a aposentada Maria de Fátima Gonçalves, 60 anos, chegou à unidade de saúde às 13h30. “Já tive pneumonia três vezes e estou com medo de estar com a doença mais uma vez”, explicou.

Irritado – Assim que soube da superlotação e da espera longa, o prefeito tratou de ligar para à Upa e “puxou a orelha” de alguns profissionais. Ele se irritou ainda mais por supostamente pacientes estarem deitados no chão, aguardando atendimento.

A atitude, conforme a reportagem acompanhou de perto, deixou os funcionários revoltados, pelo fato de Olarte dar "bronca" em vez de estrutura para eles trabalharem.

Sem se identificar, enfermeiros, que por nenhum momento pararam o trabalho e corriam de um lado para outro para dar conta do serviço, avaliaram que a lotação é resultado de certa falta de informação dos usuários, associada ao tempo seco e ao aumento de casos de gripe.

Para eles, o paciente precisa entender que a Upa é local de atendimento de urgência e emergência e, em caso de sintomas como coriza e dor no corpo, o indicado é procurar uma UBS (Unidade Básica de Saúde).

Por esse motivo, segundo os profissionais, a espera na Upa acaba sendo maior, porque pacientes em caso grave passam na frente dos demais. A decisão ocorre após triagem. “Aqui chega gente com fratura de acidente, com 39 graus de febre e sem conseguir respirar. Eles acabam tendo prioridade”, explicou um dos enfermeiros.

Mães com crianças eram os principais pacientes em busca de atendimento (Foto: Marcelo Calazans)
Mães com crianças eram os principais pacientes em busca de atendimento (Foto: Marcelo Calazans)
Não teve sala que ficou vazia na unidade de saúde (Foto: Marcelo Calazans)
Não teve sala que ficou vazia na unidade de saúde (Foto: Marcelo Calazans)
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