Testemunhas de defesa relatam “tormento” de mãe acusada de matar Rafaela
Desde às 14h30 desta segunda-feira, testemunhas de defesa da mãe e do padrasto da menina Rafaela são ouvidas sobre a morte da menina, que há um ano chocou Campo Grande.
O juiz Carlos Alberto Garcete já ouviu 3 pessoas. A primeira foi a advogada Girlene dos Santos Barbosa, que já prestou serviços a Renata Dutra de Oliveira, de 24 anos, mãe da criança e acusada de envolvimento na morte da filha.
Nem ela, nem o padrasto da menina, ambos apontados como responsáveis pelo crime, acompanham a audiência.
A advogada falou do carinho que percebeu existir entre mãe e filha em um breve contato com as duas, em 2008.
Na época, Renata movia processo trabalhista contra o ex-patrão e por isso procurou Girlene. “Vi a Rafaela apenas uma vez, mas a relação das duas parecia ser de carinho. A Renata chegou a dizer que morava na mesma casa com o pai da menina, se sacrificando por causa da filha”, contou.
A segunda testemunha do dia foi Rosana Aparecida da Costa, psicóloga que atende no presídio feminino de Campo Grande, onde está a mãe ficou presa depois do crime, antes de conseguir habeas corpus.
Ela conta que a jovem tentou o suicídio “várias vezes” desde que foi presa, “batendo com a cabeça na cela. Também chorou muito já”. Na penitenciária, Renata foi colocada em cela separada, porque as presas não toleram crimes como o assassinato de crianças.
Um amigo da mãe da menina também esteve na audiência nesta tarde. Antônio Rodrigues dos Santos disse que já teve um relacionamento amoroso “rápido” com Renata, e que ela parecia “atormentada” antes do crime.
Ele a conheceu há 3 anos, na lanchonete onde os dois trabalhavam. Depois, segundo Antônio, as conversas passaram a ser pelo telefone, na maior parte das vezes com ligações de Renata e pedidos de conselhos.
“Mas ela nunca seguia os conselhos, sobre tudo, inclusive Rafaela. Então cansei”,
Questionado se a jovem usava drogas, o amigo contou que no passado sim, mas que nos últimos anos Renata garantia que havia ”largado”.
Sobre o padrasto da menina, Handerson Cândido Ferreira, de 26 anos, também preso pela morte da criança, Antônio disse que Renata reclamava nos últimos tempos que o companheiro estava aparecendo “com coisas estranhas em casa” e suspeita de furtos.
Ele garante que a amiga dava sinais de depressão e a recomendação era sempre para “ter força”.
O Ministério Público apresentou fotos da residência do casal, no dia seguinte a morte, com cômodos muito sujos e bagunçados.
Ao ver as imagens, Antônio disse que quando freqüentou a casa, observou bagunça sim, “mas não tão desorganizada”
A audiência segue no Fórum de Campo Grande.