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Capital

TJ mantém preso enfermeiro acusado de fazer aborto em Marielly

Paula Maciulevicius | 26/09/2011 17:01

Por unanimidade, o TJ negou o habeas corpus impetrado pelo enfermeiro que além da suposta prática do crime de aborto consentido, responde também por ocultação de cadáver

Seis dias depois da liberdade de Hugleice, Jodimar tem a liberdade negada pelo TJ. (Foto: Simão Nogueira)
Seis dias depois da liberdade de Hugleice, Jodimar tem a liberdade negada pelo TJ. (Foto: Simão Nogueira)

O Tribunal de Justiça decidiu manter preso o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, acusado de praticar o aborto malsucedido na jovem Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos, encontrada morta em um canavial em junho.

Por unanimidade a 1ª Turma Criminal negou o habeas corpus impetrado pelo enfermeiro que além da suposta prática do crime de aborto consentido, responde também por ocultação de cadáver.

A relatora do processo, desembargadora Marilza Lúcia Fortes, analisou que Jodimar, apontado como suposto autor dos crimes, sumiu com a maca e os instrumentos cirúrgicos utilizados na prática do aborto. Ele também teria ameaçado matar a testemunha do crime caso ela revelasse o que viu.

Além disso, ao consultar o Sistema de Automação da Justiça, a relatora constatou que o enfermeiro não é réu primário, pois foi condenado definitivamente pela prática do crime de furto na Comarca de Jardim.

Jodimar alegou que sua prisão preventiva é desnecessária, já que se for condenado, o regime prisional será aberto. O enfermeiro continua negando a autoria dos crimes e afirma que possui os requisitos indispensáveis para a obtenção da liberdade provisória.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Jodimar teria sido contratado pelo cunhado da vítima, Hugleice da Silva, solto na última terça-feira, depois de ter a liberdade concedida pela justiça no dia 19 deste mês.

Os dois teriam então abandonado o corpo da vítima em um canavial, próximo da rodovia MS-162, a cerca de 30 quilômetros de Sidrolândia no dia 21 de maio. O cadáver foi encontrado no dia 11 de junho.

Hugleice - Depois de dois meses preso, Hugleice da Silva, 27 anos, cunhado de Marielly Rodrigues, foi solto na última terça-feira. Mais magro e com o cabelo raspado, ele deixou o Instituto Penal de Campo Grande acompanhado do advogado, José Roberto Rodrigues da Rosa, e da mãe.

Ele declarou que agora pretende “retomar a vida normal” e preparar a defesa. Sobre se havia retomado o casamento com a irmã de Marielly, respondeu que não queria falar sobre o assunto.

O rapaz teve a liberdade concedida no dia 19 pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas, o alvará de soltura só foi expedido no dia seguinte.

Ele estava na cadeia desde 14 de julho deste ano. Até essa data negava qualquer envolvimento na morte da cunhada, mas, após a primeira noite ‘no xadrez’, passou a fazer as confissões.

Hugleice confessou que teve relações sexuais com Marielly, mas que não tinha certeza se o filho que ela esperava era dele, que a levou, de Campo Grande, para fazer o aborto em Sidrolândia e que ajudou a esconder o corpo.

Na versão de Hugleice à Polícia, ele soube do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, que está preso, por um colega de trabalho, entrou em contato e combinou R$ 1 mil pelo pagamento.

No dia combinado com Jodimar - 21 de maio-, Hugleice levou Marielly até a casa dele. Enquanto esperava na calçada, o enfermeiro o avisou que o aborto havia dado errado e que a jovem havia morrido.

Os dois então colocaram o corpo na caminhonete de Hugleice e o esconderam em um canavial. O cadáver foi encontrado no dia 11 de maio.

Jodimar nega qualquer envolvimento com o caso. Ele está preso em Sidrolândia e já teve o habeas corpus em caráter liminar negado.

Diante das revelações de Hugleice, a família de Marielly declarou que o casamento dele com a irmã da vítima estava terminado.

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