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Capital

Trabalhadores fecham rodovia em protesto contra atraso salarial

Nyelder Rodrigues e Adriano Fernandes | 17/10/2016 18:48
Pista foi fechada com pneus em entulhos, retirados com a chegada da PRF, que liberou a pista (Foto: Adriano Fernandes)
Pista foi fechada com pneus em entulhos, retirados com a chegada da PRF, que liberou a pista (Foto: Adriano Fernandes)

Cerca de 80 trabalhadores da Morhar Organização Social e moradores da região do Dom Antônio Barbosa, sul de Campo Grande, fecharam na tarde desta segunda-feira (17) por cerca de duas horas a rodovia BR-262, em frente ao lixão, para protestar contra o atraso salarial de dois meses e inúmeros promessas de pagamento não cumpridas.

A pista já foi liberada, após intervenção da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que enviou oito viaturas para resolver a situação. A interdição permitiu apenas que presos do semiaberto da Gameleira passassem pelo local, pois atrasos na chegada ao local pode gerar punições relativas à pena deles.

Com a retirada de moradores da favela Cidade de Deus e realocamento deles em outras áreas, a Morhar foi a ONG (Organização Não Governamental) designida responsável pela contratação da pessoas que trabalharam nessas obras e também por realizar o fornecimento do material necessário para as construções.

"Decidimos protestar porque nos últimos contatos do Rodrigo [da Silva Lopes, presidente da Morhar], ele nos prometeu pagar os atrasados a partir do dia 7 de outubro, mas depois sumiu", explica o pedreiro Augusto Lailla, de 48 anos.

O pedreiro também comenta que depois disso, o presidente da ONG reapareceu e deu novo prazo para fazer o pagamento. "Disse que ia nos pagar entre quinta e sexta-feira da semana passada, depois nos deu até hoje às 15h, mas não apareceu", frisa.

Augusto ainda conta que, ao serem contratados, o combinado era que o pagamento seria realizado mensalmente. Entretanto, depois ficou definido que o pagamento seria conforme etapas das obras fossem feitas. "Man nem isso foi cumprido", reclama.

Os atrasos salariais prejudicam as famílias da região, como conta a secretária Denise Campos Barbosa de Sousa, de 25 anos. "É muito difícil para nós moradores, porque muito não tem dinheiros nem para comprar um gás, comida. É muito difícil principalmente para as crianças", lamenta a moradora.

Prefeitura - A reportagem entrou em contato no início da tarde para saber o posicionamento prefeitura da mesma diante das cobranças realizadas pelos moradores, já que a Morhar é responsável pelas obras em convênio com o Executivo.

Em resposta, a assessoria de comunicação informou que a prefeitura não possuiu nenhum vínculo empregatício com os trabalhadores que estão com os salários atrasados, já que o convênio foi firmado para a construção de 300 casas por meio do programa de mutirão assistido e o Município está em dia com os compromissos feitos com a entidade.

Diante do impasse e do sumiço do presidente da instituição responsável por realizar o pagamento dos salários, os trabalhadores prometem retornar nesta terça-feira (18), às 7h, ao local interditado hoje para realizar nova manifestação.

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