Trad vai recorrer de decisão e diz que ciclovia é desejo da população
"Agora, oportunistas começam a se manifestar, não oportunismo no Judiciário, mas oportunismo de campanha"
Irritado, o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) afirmou que vai recorrer da decisão judicial que paralisou a obra da ciclovia e proíbe qualquer outra intervenção no canteiro central da avenida Afonso Pena.
“Vamos buscar alternativa legal para derrubar toda decisão que, a nosso ver, vai prejudicar a cidade”, afirmou o prefeito de Campo Grande.
Nelsinho reclamou que quando o canteiro não estava revitalizado, ninguém falava nada. No ano passado, a avenida foi recapeada e as vagas de estacionamento do canteiro central foram retiradas.
“Agora, oportunistas começam a se manifestar, não oportunismo no Judiciário, mas oportunismo de campanha”, enfatizou.
Questionado por que a ciclovia não foi feita junto com a obra de recapeamento, entregue em dezembro de 2011 ao custo de R$ 6,9 milhões, Trad explicou que na ocasião não existia o clamor público.
Ainda segundo ele, implantar a ciclovia é atender a vontade da população. “Vamos usar tijolo ecologicamente correto. Vai ser a ciclovia mais bonita do Brasil”, promete.
A Justiça determinou a suspensão de obras nos canteiros centrais da avenida Afonso Pena, com multa de R$ 1 milhão caso a prefeitura descumpra a decisão.
A liminar, concedida pelo juiz da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Amaury da Silva Kuklinski, manda que o poder público de abstenha de destruir, demolir, mutilar, total ou parcialmente, os canteiros centrais ao logo da avenida, desde a praça Newton Cavalcanti até a avenida do Poeta, na entrada do Parque dos Poderes
A proibição também é válida para as árvores. Dentro de 60 dias, a prefeitura terá que atualizar o levantamento florístico e fitossanitário, realizado em 2009/2010.
Em seguida, deve ser feita uma faxina na vegetação, com remoção de árvores secas e recuperação das árvores em bom estado. O magistrado deu prazo de 120 dias para as intervenções, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
A paralisação e proibição de obras nos canteiros foram solicitadas pelo MPE (Ministério Público Estadual).