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Capital

“Um não conseguia viver sem o outro”, diz familiar em enterro de pai e filho

Sob homenagens e aplausos, o pecuarista Garon Maia e o filho foram sepultados na manhã desta terça-feira

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 01/08/2023 11:50
Emoção durante sepultamento de pai e filho hoje em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Emoção durante sepultamento de pai e filho hoje em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

O pecuarista Garon Maia Filho, de 42, e o filho dele, de 11 anos, que morreram em acidente aéreo na noite de sábado (29), foram sepultados sob aplausos, homenagens, origami e flores, na manhã desta terça-feira (1º), no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande.

Desde ontem, o movimento foi intenso na capela onde ocorreu o velório. Na entrada, para onde dava acesso aos caixões, foram colocados muitos arranjos de flores e a foto de pai e filho na cabine de avião. Nesta manhã, a imagem em preto e branco foi trocada pelo quadro dos dois pescando à beira de um rio. No total, pai e filho receberam 86 coroas de flores.

O menino também foi homenageado pelos professores e colegas de sala do Colégio Marista Alexandre Fleming, onde estudava. Em um caixão branco, o corpo da criança foi levado até o local do sepultamento numa caminhonete Toyota Hilux. Os caixões fechados de pai e filho foram colocados um do lado do outro.

Colega de sala da criança com flores nas mãos (Foto: Henrique Kawamianmi)
Colega de sala da criança com flores nas mãos (Foto: Henrique Kawamianmi)

Sem conseguir conter o choro, um dos irmãos de Garon disse que ele era um verdadeiro cowboy, aviador. “De nós três, ele foi o que seguiu o aprendizado do nosso pai, do nosso avô, homem que morava na fazenda e gostava de ser fazendeiro", destacou.

Segundo o familiar, a criança tinha muita admiração pelo pai. "Talvez seria impossível ele viver sem o pai, e vice-versa, então se Deus quis assim. Te amo demais meu irmão, faça companhia para nosso pai”, disse emocionado.

Outro irmão do pecuarista lembrou que Garon era um piloto maravilhoso. “Aprendeu a voar com 13 anos de idade. Era apaixonado por avião e o prazer dele era ter um filho com os mesmos gostos da nossa família". Sobre a morte de pai e filho, o familiar afirmou que os dois não seriam felizes separados. “Eles precisavam tanto um do outro. Tenho isso no meu coração. Descanse em paz, meu irmão, vai com Deus”.

Imagem em preto e branco de pai e filho pescando à beira de um rio, colocada na entrada da capela (Foto: Henrique Kawaminami)
Imagem em preto e branco de pai e filho pescando à beira de um rio, colocada na entrada da capela (Foto: Henrique Kawaminami)

Uniformizados, os colegas de sala da criança deram adeus jogando flores e origamis em cima do caixão branco. Ao final da cerimônia de despedida, um dos irmãos agradeceu a presença dos amigos.

“Obrigada pelo carinho e presença de todos vocês, que vieram aqui dar força para nosso coração”. Pai e filho foram enterrados na quadra dos Gerânios, planta de origem Africana e que significa harmonia e carinho.

Familiares e amigos durante cerimônia de despedida (Foto: Henrique Kawaminami) 
Familiares e amigos durante cerimônia de despedida (Foto: Henrique Kawaminami)

Acidente - O avião Beechcraft Baron G58 decolou do aeroporto de Vilhena (Rondônia), por volta de 17h50 de sábado (dia 29), e desapareceu do radar minutos depois. Na manhã de domingo (30), militares adentraram a pé na área de mata fechada e encontraram os destroços do monomotor e os corpos de pai e filho. A área do acidente fica na divisa entre Vilhena (RO) e Comodoro, em Mato Grosso.

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