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Capital

“Vai tudo para o lixo”, dizem donos de floriculturas sobre ordem para fechar

Floriculturas investiram alto nos estoques para vendas do Dias dos Namorados e agora temem prejuízo

Ana Paula Chuva e Alana Portela | 10/06/2021 12:19
Buquês de flores preparados para o Dia dos Namorados. (Foto: Marcos Maluf)
Buquês de flores preparados para o Dia dos Namorados. (Foto: Marcos Maluf)

A bandeira cinza pegou muita gente de surpresa, principalmente os setores que contavam com o Dia dos Namorados para recuperar os prejuízos da redução das vendas durante a pandemia de covid-19, mas para quem tem o estoque específico e perecível para a data o “tombo” vai ser maior.

Nas floriculturas, mesmo com o delivery liberado, os empresários garantem que perda do estoque preparado para a data também vai gerar prejuízo de até 70% . Em uma das lojas da Capital, por exemplo, o dono diz que investiu R$ 40 mil. Adriano Cortes de Mendonça, 47 anos, afirma que por serem perecíveis, muita coisa vai ir para o lixo, porque contava com os namorados que aparecem na loja para comprar.

“Vou levar um prejuízo grande. Muitos produtos tem prazo de validade. É uma semana para vender uma flor. Não tem como se safar, vai tudo para o lixo. O delivery não é a mesma coisa nessa época.”, disse Adriano.

Adriano Cortes investiu R$ 40 mil em produtos para o Dia dos Namorados. (Foto: Marcos Maluf)
Adriano Cortes investiu R$ 40 mil em produtos para o Dia dos Namorados. (Foto: Marcos Maluf)

Para ele a medida de fechar atividades não-essenciais podia esperar pelo menos o fim de semana, para que quem preparou não tivesse tanta perda.

“É uma situação que já vinha piorando, mas deixaram chegar no extremo para vir a medida. Poderia fechar no domingo, 90% das nossas vendas acontecem na véspera e no Dia dos Namorados”, desabafou o empresário.

Assim como ele, os irmãos e sócios Thiago Rosa, 32 e Bruno Rosa, 29, começaram os preparativos para o Dia dos Namorados no mês de março e para eles o estoque vai mesmo para o lixo.

“Se tivessem avisado antes, não teríamos investido tanto. Dia dos Namorados, depois do Dia das Mães é uma data muito esperada. O que sobrar do estoque e não conseguirmos vender vai mesmo para o lixo”, disse Thiago.

Bruno não sabe se ri ou se chora com decreto da bandeira cinza. (Foto: Marcos Maluf)
Bruno não sabe se ri ou se chora com decreto da bandeira cinza. (Foto: Marcos Maluf)

“É diferente de fechar lojas de roupas, porque aqui se não vender estraga. Todos dependem da data. Ia dar um fôlego. Agora a gente não sabe se ri ou chora”, afirmou Bruno.

Nova no negócio, Cláudia Cavalieri, 23 anos, abriu uma floricultura há poucos meses e apostava nas vendas do sábado para ter um fôlego.

“Investi cerca de R$ 40 mil, se fecha tudo as vendas caem. É uma situação critica. Entendo o momento, mas podiam esperar o domingo ou a segunda. O Dia dos Namorados é uma data muito esperada. Prejuízo de 70% do valor investido, não sei nem como vou me recuperar”, afirma Cláudia.

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