Vendido como sucata, jato de megatraficante aparece renovado em hangar
Com lance inicial de R$ 16 mil, avião de Juan Carlos Abadía, ao que tudo indica, vai voltar a voar
RESUMO
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Uma aeronave que pertenceu ao megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía está sendo reformada no hangar do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. O jato Gulfstream G-II, leiloado como sucata em 2014, pode estar sendo preparado para voltar a operar. A descoberta foi feita por um influenciador no TikTok e confirmada pelo Campo Grande News. A aeronave, que perdeu sua matrícula brasileira, pode ter sido registrada em outro país. O possível comprador seria um empresário mexicano. O governo ainda não se pronunciou sobre o caso.
Uma aeronave que pertenceu ao megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía está passando por uma reforma no hangar do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. O Gulfstream G-II foi leiloado em 2014 como sucata pelo valor mínimo de R$ 16.576,00 e, ao que tudo indica, pode estar sendo preparado para voltar a operar.
A descoberta foi feita após uma postagem no TikTok do influenciador Marcelo Trentini, que esteve no local e mostrou imagens da aeronave. “Eu estou em frente ao avião que pertencia ao megatraficante Juan Carlos Abadía. Ele foi preso no Brasil em 2007 e extraditado para os Estados Unidos em 2008. Uma das aeronaves que pertencia a ele, o Gulfstream G-II, está aqui em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul”, relatou Trentini em seu vídeo.
O Campo Grande News também esteve no local na tarde de sexta-feira (21) e confirmou que a aeronave está passando por uma reforma, já que teve a pintura lixada e está com algumas partes desmontadas.
A reportagem apurou que o possível comprador seria um empresário mexicano. Além disso, a aeronave perdeu sua matrícula brasileira (PP-EMS), conforme consulta no site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o que pode indicar que ela foi registrada em outro país — algo comum quando uma aeronave é exportada.
Juan Carlos Ramírez Abadía, conhecido como “Chupeta”, foi um dos maiores narcotraficantes da história da Colômbia e líder do Cartel do Norte do Vale. Sua organização traficou milhares de toneladas de cocaína para os Estados Unidos, gerando lucros bilionários. Abadía foi preso no Brasil em 2007, em uma operação que revelou sua rede de lavagem de dinheiro e documentos falsos. Ele foi extraditado para os Estados Unidos em 2008, onde cumpre pena.
Uma de suas posses, o Gulfstream G-II, foi apreendida e posteriormente leiloada pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. A aeronave, fabricada entre 1967 e 1979, foi um dos jatos executivos mais avançados de sua época. Segundo o site especializado Jet Insiders, o preço de um modelo similar pode variar entre US$ 125.000 e US$ 800.000, dependendo do estado de conservação e dos reparos necessários.
O estado atual da aeronave - Durante sua visita ao local, o influenciador Marcelo Trentini destacou algumas características do Gulfstream G-II e comentou sobre o desafio de restaurá-lo: “É uma aeronave já bem obsoleta, mas já foi considerada um grande avião. Vamos dar uma olhada no G2 do Juan Carlos Abadía. É um avião imponente, com um perfil de asas característico e motores grandes. Dizem que querem recuperar esse avião e colocá-lo em voo novamente. Isso vai dar um trabalhinho”.
As imagens mostram a aeronave em um estado aparentemente deteriorado, mas com sinais de manutenção recente. Os motores estão sendo revisados, e partes do jato parecem ter recebido nova pintura e componentes restaurados.
O que ainda não está claro é por qual motivo a aeronave ficou 10 anos parada no hangar do governo (e se ficou lá) após ter sido leiloada e quem exatamente arrematou o avião. O preço de venda de R$ 16.576,00 é considerado muito baixo para um jato executivo desse porte, mesmo em condição precária.
O Campo Grande News questionou ao Governo do Estado o valor exato pelo qual a aeronave foi leiloada, se há registros sobre o comprador da aeronave e por que a aeronave permaneceu no hangar do governo por 10 anos após o leilão, porém até o fechamento desta reportagem não houve resposta.
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