Construtora “some” e deixa funcionários e terceirizados sem pagamento
Nesta quinta-feira, a empresa comunicou a paralisação dos contratos e operações existentes
Após serem abandonados pela construtora, funcionários e terceirizados se reuniram no terreno da obra para reivindicar os salários atrasados. Conforme informado, a Evosul Construção foi contratada pela rede Pague Menos para construir uma nova unidade da empresa no bairro Vilas Boas, em Campo Grande. O caso foi reportado ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Após serem abandonados pela construtora Evosul Construção, funcionários e terceirizados se reuniram no terreno da obra em Campo Grande para reivindicar salários atrasados. A empresa foi contratada pela rede Pague Menos para construir uma nova unidade, mas não pagou os trabalhadores desde janeiro. Alguns não receberam nada, enquanto outros receberam apenas uma quinzena. Terceirizados também enfrentam prejuízos, como Ana Paula de Souza, que ficou sem receber R$ 10 mil. A Pague Menos prometeu averiguar a situação, mas a Evosul não deu retorno.
Os trabalhadores informaram que o recrutamento teve início em janeiro. Pela rede social, a empresa anunciava vagas para pedreiro, carpinteiro, pintor e servente. As diárias variavam de R$ 130 a R$ 200, devendo ser pagas quinzenalmente.
Nesta quinta-feira (20), a Evosul enviou um comunicado informando que haveria uma paralisação dos contratos e operações existentes. “Após uma análise profunda da situação econômica e do cenário do mercado, constatamos que não há mais condições viáveis para a continuidade do contrato e do fornecimento neste momento”, diz trecho.
Entre os funcionários, há aqueles que não receberam desde o início dos serviços e outros que receberam apenas uma quinzena. O pintor Marcinei Alexandre Vargas, de 34 anos, está no primeiro grupo.
O trabalhador conta que começou a trabalhar no dia 27 de janeiro e, até o momento, não recebeu nenhum pagamento. Marcinei relata que a empresa lhe deve R$ 3,4 mil, sem contar horas extras. “Deram três datas para mim, e não pagaram nada. Trabalhei umas semanas à noite e outras de dia, chegamos a trabalhar até sábado e domingo sem parar”.
Pablo Aquino de Souza, de 32 anos, é outro funcionário que não recebeu nenhum pagamento. “A gente trabalha de manhã para comer de tarde e de noite para ter comida no outro dia cedo. Agora, como vamos ficar sem dinheiro?”, desabafou o auxiliar de pedreiro.
Lohara Ramalho de Almeida, de 34 anos, contou que os atrasos se agravaram quando ela receberia a segunda quinzena de trabalho. A pintora afirma que, nesse período, até a marmita estava atrasando. “Desde o começo, todo mundo estava desconfiando, porque os pagamentos estavam sempre em atraso”.
Entre os terceirizados, o prejuízo foi maior. Apenas Ana Paula de Souza, de 33 anos, ficou sem receber R$ 10 mil. A empreendedora foi contratada para fabricar portas de aço para a empresa. Ela relata que, por mensagem, foi orientada a entrar em contato com o setor jurídico da Evosul Construção ou com a Pague Menos.
“Fizemos tudo conforme as exigências deles. Até anteontem, estavam respondendo, mas, quando passamos a chave do Pix para eles efetuarem o pagamento, não tivemos mais retorno”, disse.
No local da obra, havia um funcionário que se apresentou como representante de uma empresa terceirizada da Pague Menos, responsável pela fiscalização. O homem não aceitou conversar com a imprensa, mas afirmou aos funcionários que o grupo Pague Menos se responsabilizará pelos pagamentos. Ainda conforme o grupo todos os pagamentos foram efetuados à construtora.
O Campo Grande News procurou a Pague Menos e foi informado, pela assessoria de imprensa, que a rede de farmácias rescindiu os contratos vigentes com a Evosul e "está oferecendo suporte direto aos colaboradores prejudicados com a paralisação das obras, até que a situação seja normalizada".
A reportagem não encontrou nenhum contato da Evosul Construção. Por isso, a empresa foi procurada por meio do setor de recrutamento e, até o momento, não houve retorno.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.