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Capital

Vizinhos ouviram tiros, mas dizem que nunca suspeitaram de quadrilha

Grupo foi preso na madrugada de hoje, após cavar 63 metros de túnel até cofre do Banco do Brasil; 2 morreram no confronto

Viviane Oliveira e Aletheya Alves | 22/12/2019 10:56
Policiais do Garras voltaram nesta manhã até a casa onde era utilizada de base pela quadrilha (Foto: Paulo Francis)
Policiais do Garras voltaram nesta manhã até a casa onde era utilizada de base pela quadrilha (Foto: Paulo Francis)

Os vizinhos do local onde dois homens foram mortos e 7 pessoas presas ouviram vários tiros durante a madrugada deste domingo. O grupo foi pego após cavar um túnel para furtar a central administrativa do Banco do Brasil, na região da Coronel Antonino.

O imóvel na Rua Minas Gerais, quase esquina com a Alegrete, fica a cerca de uma quadra do banco, tem portão todo fechado e cerca elétrica e era usado de base pelo grupo para cavar o túnel, que dá acesso ao cofre do banco, na Avenida Presidente Castelo Branco.

Aparentemente, os criminosos escolheram a residência pelo ponto estratégico, porque está localizada ao lado de oficina mecânica onde o barulho é constante durante o dia, o que pode ter camuflado os sons do trabalho de escavação. No local, também há muitos imóveis comerciais com poucos moradores. 

Um dos poucos vizinhos da rua onde aconteceu o tiroteio entre a polícia e os criminosos falou com a reportagem. “Ouvi ao menos quatro disparos. Havia barulho de gente conversando e barulho de moto. Na sequência, ouvi a sirene da polícia. Fiquei com medo e não saí para ver o que estava acontecendo”, relatou, sem querer se identificar.

Um casal de 60 e 64 anos também ouviu movimentação e barulho como se alguém tivesse batendo no portão ao lado. “Foi movimentado aqui durante a madrugada. Ouvimos várias pessoas conversando. Ficamos com medo”, resumiu.

Túnel que dá acesso ao cofre na agência foi aberto em um dos cômodos da casa utilizada de base pela quadrilha (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Túnel que dá acesso ao cofre na agência foi aberto em um dos cômodos da casa utilizada de base pela quadrilha (Foto: divulgação/Polícia Civil)

Atrás da residência que servia como base do bando fica um galpão. A dona de um bar localizado na mesma rua comentou que nunca notou nada de diferente na residência, pois durante a semana vários carros ficam estacionados na via, por ser região comercial.

Hoje pela manhã, a casa estava completamente fechada e limpa, apenas um pacote com cordas foi deixado no imóvel. 

Plano frustrado - Segundo a polícia, a quadrilha abriu túnel de 63 metros, que já havia atingido o ponto no subsolo que fica bem embaixo do cofre da unidade do Banco do Brasil. No local, são executados serviços como compensação de cheques. O Campo Grande News apurou que os integrantes da quadrilha são dos estados de São Paulo e do Nordeste.

O bando vinha sendo monitorado havia quase 6 meses. Durante a ocorrência, 3 veículos foram apreendidos: uma caminhonete Hilux, com placa do Pernambuco, um utilitário de Ponta Porã e um caminhão. 

Eles abriram o túnel usando carrinhos de mão, quilômetros de cordas, ventiladores domésticos para refrigeração durante o trabalho, escadas e um elevador improvisado, para retirar sacos com toneladas de terra que iam sendo empilhados em um dos cômodos do imóvel. Segundo a polícia, a quadrilha mantinha mais de um imóvel como base, todos alugados.

O Garras convocou coletiva de imprensa para segunda-feira, às 9h, onde garante repassar "todos os detalhes da ação criminosa que causaria milhões em prejuízos".

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