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Cidades

Em poucas horas, acampamento de sem-terra surge no anel rodoviário

Participantes evitam dar detalhes sobre origem da ocupação, marcada por palavras de ordem em favor da reforma agrária e de apoio ao ex-presidente Lula

Humberto Marques e Guilherme Henri | 24/01/2018 15:42
Ocupação de área na região do Tarumã, no macroanel rodoviário, teria se iniciado durante a madrugada. (Fotos: Saul Schramm)
Ocupação de área na região do Tarumã, no macroanel rodoviário, teria se iniciado durante a madrugada. (Fotos: Saul Schramm)

Em um intervalo inferior a 24 horas, Campo Grande ganhou um novo acampamento de sem-terra. Quem passa pelo macroanel rodoviário da Capital na região do Jardim Tarumã, no sudeste da cidade –no km 356 da BR-163, entre as BRs 060 e 262– já observa o aglomerado de barracas. No local, embora várias faixas apregoem palavras de ordem em favor da “luta”, o silêncio é constante quando questionadas as origens do movimento.

Entre barracas de lona e outras usadas para acampamentos, bandeiras vermelhas da FNL (Frente Nacional de Luta pela Terra, Trabalho e Liberdade) se misturam a dizeres de defesa da reforma agrária e em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –que nesta quarta-feira (24) está sendo julgado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) sob acusação de corrupção.

Os invasores também contestam, em outro dizer, a doação de áreas ao frigorífico JBS.

Faixa de ocupantes contra doação de área à JBS e bandeira da Frente Nacional de Luta estão em área invadida durante a madrugada.
Faixa de ocupantes contra doação de área à JBS e bandeira da Frente Nacional de Luta estão em área invadida durante a madrugada.

O Campo Grande News foi informado que a ocupação teve início durante a madrugada. No entanto, entre seus participantes consultados, ninguém quis se manifestar –a informação é que as lideranças e os responsáveis pela comunicação do movimento são os únicos autorizados a falar, no entanto, nenhum deles estava no local por volta das 14h, quando a equipe de reportagem esteve no local.

Apesar do pouco tempo de existência, o acampamento já começou a ser “urbanizado”: seus participantes já abriram trilhas nas terras a fim de garantir o acesso às habitações provisórias. Adultos, adolescentes e até crianças ocupam as cerca de 100 barracas. Alguns dos ocupantes da área chegam ao local em veículos, que permaneciam estacionados no local.

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