Famasul culpa Funai por morte de PM e cobra um basta em conflitos
A diretoria da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) culpou a Funai (Fundação Nacional do Índio) pelos conflitos entre proprietários rurais e índios, que já resultaram em duas mortes neste ano no Estado.
Ontem, o cabo aposentado da Polícia Militar, Arnaldo Alves Ferreira, de 68 anos, foi assassinado durante confronto com indígenas em Douradina, no início da noite.
A Famasul considera a situação alarmante e que a Funai, que é responsável por organizar os índios, tem apenas os inflamado, além de transparecer a insegurança judicial. Segundo os integrantes existe uma indiferença da Justiça Brasileira em relação a aplicação das leis contra os indígenas.
A direção quer uma posição do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso em relação as demarcações. “O ministro tem o poder de dar um basta e acalmar isso. Se houvesse empenho do Governo Federal, teríamos mais resultados”, comenta Almir Dalpasquale, diretor-tesoureiro da Famasul.
A Federação fala em erro no passado quando as terras, que antigamente já foram indígenas, foram vendidas aos produtores. A guerra acontece por causa das invasões para forçar as demarcações. A entidade defende uma compensação aos produtores que possuem documentos legais.
Segundo versão da Famasul, o policial militar Arnaldo Alves Ferreira foi cercado por cerca de 30 índios em sua propriedade e teria sido assassinado após ter sido amarrado a uma árvore e atingido por golpes de facão e flechas. Um garoto de 13 anos estava dentro da casa, ele conseguiu fugir e chamar socorro.
Conforme as primeiras investigações, o policial suspeitou do furto de gado em sua propriedade rural. Ele instalou cerca elétrica para evitar os roubos, mas acabou entrando em conflito com os índios.
Balanço - Em Mato Grosso do Sul, 13% do seu território é indígena. Atualmente 56 propriedades estão invadidas por índios, a maioria na região Sul do Estado. Todos os proprietários dessas terras possuem documentos legítimos sobre elas.
A Funai tem 80 ações na Justiça sobre conflitos entre proprietários e indígenas. Esta foi a segunda morte neste ano.
A primeira foi de um adolescente de 15 anos, morto com um tiro na cabeça, no último dia 17 de fevereiro, em uma estrada que separa a aldeia guarani-kaiowá tey´ikue de fazendas na cidade de Caarapó.