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Cidades

Greve do INSS prejudica 1,5 mil por dia na Capital e é marcada por dúvidas

Aline dos Santos | 20/07/2015 11:26
Greve completa 11º dia e fecha duas agências em Campo Grande. (Foto: Fernando Antunes)
Greve completa 11º dia e fecha duas agências em Campo Grande. (Foto: Fernando Antunes)

A greve de servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) completa onze dias, afeta 1.500 atendimentos por dia em Campo Grande e provoca muitas dúvidas em quem procura as agências.

“Espero que Deus abençoe e dê certo”, afirma a cozinheira Ângela Pereira Pimenta Marques, 45 anos, ao cruzar a porta da agência do Horto Florestal, na Capital.

Afastada do trabalho há um ano e quatro meses, Ângela precisa passar por perícia médica de forma periódica. Ela teve que se afastar das funções após sofrer um choque térmico e perder sensibilidade da mão.

Na mesma agência da Previdência Social, Claudecir Ferreira Torres, 49 anos, estava confiante em fazer a perícia agendada para hoje. “Já está marcado e está tudo certo”, diz.

Contudo, o atendimento em um único guichê aumentou a espera. “Sempre espero uns dez minutos. Mas já estou aqui há meia hora”, conta Adão Alves Vieira, 53 anos. Morador no bairro Monte Castelo, ele relata que vai à agência a cada seis meses para perícia. Nesta segunda-feira, Adão pretende agendar o serviço. Ele é açougueiro e está afastado há um ano e cinco meses.

Das quatro agências de Campo Grande, as unidades do Horto e Coronel Antonino têm funcionamento parcial. Já as agências das ruas 26 de Agosto e Alexandre Fleming realizam apenas agendamento.

Segundo Anita Borba, do comando de greve, 16 das 22 agências do INSS no Estado estão fechadas. Somente na Capital, os grevistas informam que foram afetados 1.500 atendimentos por dia.

São cerca de 600 servidores em Mato Grosso do Sul, mas não foi divulgado o índice de adesão. A categoria quer reajuste de 27%. Conforme Anita, o governo ofereceu 21% em quatro anos. Uma nova proposta é esperada nesta semana.

Conforme a assessoria de imprensa do INSS, não serão divulgados dados sobre a quantidade de serviços afetados. A orientação veio de Brasília. Perícias que deixarem de ser realizadas podem ser remarcadas por meio do 135.

Em comunicado, divulgado na última sexta-feira, o INSS dá orientações. Conforme o instituto, os segurados que possuam agendamento para atendimento em uma APS (Agência da Previdência Social) e que não sejam atendidos em razão da paralisação dos servidores terão sua data de atendimento remarcada. O reagendamento será realizado pela própria APS e o segurado poderá confirmar a nova data ligando para a Central 135 no dia seguinte à data originalmente marcada para o atendimento.

O INSS considerará a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento, para se evitar qualquer prejuízo financeiro nos benefícios dos segurados. O órgão também divulgou um balanço da greve. Segundo o INSS, das 37 unidades do Estado,17 têm atendimento parcial e seis estão paralisadas.

Adão reclama que atendimento demora porque tem apenas um atendente. (Foto: Fernando Antunes)
Adão reclama que atendimento demora porque tem apenas um atendente. (Foto: Fernando Antunes)
Com greve, dúvidas esperam quem passa pela porta de agência do INSS. (Foto: Fernando Antunes)
Com greve, dúvidas esperam quem passa pela porta de agência do INSS. (Foto: Fernando Antunes)
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