Advogados ligados ao PCC bancaram socorro a executor de Rafaat
Informação revelada por jornal paraguaio é mais um indício ligando facção criminosa à morte de chefe do narcotráfico na fronteira
A polícia do Paraguai investiga mais uma pista que reforça a suspeita de participação da facção brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) na execução do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, ocorrido na noite de 15 de junho, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.
Os irmãos advogados Carlos Quiñónez Díaz e Calixto Quiñónez Diaz, que já defenderam membros do grupo criminoso, pagaram as despesas médicas do ex-soldado do Exército brasileiro Sergio Lima dos Santos, que manuseou a metralhadora antiaérea calibre 50, usada para perfurar a blindagem do carro de Rafaat.
De acordo com o jornal paraguaio Última Hora, além de Juan Carlos se apresentar como representante de Sergio dos Santos, seu irmão Calixto Díaz já defendeu um suposto soldado do PCC, preso em Pedro Juan Caballero com munição para metralhadora calibre 50, igual à usada na morte de Rafaat.
Calixto, que também já tinha sido preso em 2013 no Brasil com 60 quilos de cocaína, teria desembolsado o dinheiro para pagar as despesas médicas de Sergio Lima Dos Santos no hospital de Pedro Juan, onde ele foi atendido inicialmente.
Também foi Calixto que teria alugado a ambulância que levou o pistoleiro para o hospital da cidade de Fernando de la Mora, na região metropolitana de Assunção, onde Sergio está internado sob escolta da polícia.
Para investigadores da Polícia Nacional do Paraguai, membros do PCC mataram Jorge Rafaat em cumplicidade com o traficante paraguaio Jarvis Chimenes Pavão, que cumpre pena no presídio de Tacumbu, capital paraguaia.
Chamados ao MP – Os dois irmãos advogados foram chamados para uma audiência no Ministério Público de Pedro Juan Caballero na noite de sábado. Os promotores paraguaios querem saber quem deu assistência médica para Sergio Lima dos Santos do momento que ele foi ferido no ataque a Jorge Rafaat até por volta de 23h30, quando o brasileiro chegou ao hospital, já com atadura no rosto.
Juan Carlos Quiñónez explicou que uma mulher ligou em seu telefone e pediu assistência para o homem que tinha sido levado ao hospital. A mulher seria irmã do ex-militar brasileiro. Em seguida, os dois irmãos foram à sede da polícia para relatar que uma pessoa com um ferimento de arma de fogo estava no hospital.
A promotora Camila Rojas disse que as investigações continuam à procura de pistas para determinar quem ordenou o plano para executar Jorge Rafaat. As investigações se concentram principalmente em detalhes do local do ataque até o depósito onde foi encontrada a caminhonete com a metralhadora. O prédio seria de Jarvis Pavão.