Americano do lado dos indígenas alega ter levado pauladas de fazendeiros
Estudante diz que foi cercado agredido por produtores enquato buscava lenha para indígenas em Douradina
Um estudante americano de doutorado alega que foi agredido a pauladas por fazendeiros enquanto buscava lenha em uma das propriedades ocupadas por indígenas em Douradina, a 192 quilômetros de Campo Grande.
August Shipman, é estudante da Universidade de Connecticut e tem parte da sua pesquisa voltada à cultura guarani-kaiowá, etnia dos indígenas que disputam a terra com produtores rurais na região.
Uma estudante, que estuda com August e preferiu não se identificar, conta que as agressões teriam acontecido enquanto ele aguardava o carro voltar de uma das viagens para levar lenha até onde os indígenas estavam reunidos.
" A gente estava ajudando três indígenas a buscar lenha aqui perto, e como não cabia tudo dentro do carro a gente estava fazendo várias viagens. Enquanto isso a gente estava esperando na beira da estrada, foi quando algumas pessoas apareceram, a gente a acredita que sejam fazendeiros, e pegaram um pedaço de pau nosso e bateram nas costas dele", explica
Segundo os colegas que acompanham o estudante, ele irá atá a delegacia de Douradina registrar boletim de ocorrência.
Tensão na região - Indígenas guarani-kaiowá que ocupam áreas agricultáveis no município de Douradina prometem resistir à iminente tentativa de despejo e dizem que não vão sair das cinco áreas ocupadas há duas semanas.
Vigiada por produtores rurais, que também acamparam perto do local para barrar novas ocupações, a comunidade luta pela demarcação de 12,1 mil hectares em volta da Aldeia Panambi Lagoa Bonita, a 8 km do centro de Douradina e a 47 km de Dourados.
Nesta segunda-feira (29), a comunidade recebeu representantes de dezenas de entidades e movimentos sociais, que foram até o local de conflito para declarar apoio à luta pela retomada da terra.
Despejo – Na semana passada, o juiz federal Rubens Petrucci Junior deu prazo de cinco dias para os indígenas deixarem uma das propriedades ocupadas no dia 14. Na decisão, assinada no dia 23, o magistrado federal mandou requisitar do governador Eduardo Riedel a mobilização de efetivo da Polícia Militar para, com auxílio da Polícia Federal, garantir o despejo em caso de descumprimento da ordem por parte da comunidade indígena.
A reintegração de posse foi solicitada pelas proprietárias do Sítio “José Dias Lima”, de 147,7 hectares, localizado a poucos metros da MS-470, que liga Douradina ao município de Itaporã.
A propriedade está incluída na área identificada pela Funai em 2011 como parte da Aldeia Panambi Lagoa Rica, mas o processo de demarcação está parado na Justiça, fato, que segundo o juiz federal, não justifica o esbulho possessório. Segundo lideranças indígenas, a comunidade ainda não recebeu a intimação da Justiça.
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