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Interior

Após dez dias, juiz revoga prisão de mãe de desaparecido na fronteira

Rosimeire Ortiz foi colocada em liberdade após presídio em Ponta Porã receber alvará de soltura assinado por juiz de Maracaju

Helio de Freitas, de Dourados | 01/09/2017 16:24
Rosimeire (ao centro) é abraçada após deixar presídio de Ponta Porã (Foto: Direto das Ruas)
Rosimeire (ao centro) é abraçada após deixar presídio de Ponta Porã (Foto: Direto das Ruas)

Saiu da cadeia na tarde desta sexta-feira (1º) a mãe de um dos rapazes desaparecidos há três semanas após abordagem do DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Ela tinha sido presa no dia 22 de agosto em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. Rosimeire Rosa da Silva Ortiz, 41, estava no presídio feminino da cidade e foi colocada em liberdade após a chegada do alvará de soltura, assinado pelo juiz Raul Ignatius Nogueira, da 2ª Vara Criminal de Maracaju.

Ao Campo Grande News, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Ponta Porã, Luiz Rene Gonçalves do Amaral, disse que o magistrado revogou o mandado de prisão preventiva a pedido feito pelo advogado de defesa e da própria instituição, que acompanha caso há uma semana.

Mãe de Ednei Bruno Ortiz Amorim, 20, que no dia 12 de agosto desapareceu junto com o irmão, Rodnei Campos dos Santos, 27, após serem abordados por uma equipe do DOF, Rosimeire foi presa pela Polícia Militar em cumprimento ao mandado expedido pelo juiz de Maracaju, onde ela responde a processo desde 2011 por exploração de prostituição.

Familiares e amigos dos rapazes protestaram contra a medida e afirmam naquele dia que a prisão em um processo instaurado há seis anos soava como retaliação pela pressão que a família tem feito para a polícia investigar o paradeiro de Rodnei e Ednei.

No despacho em que determinou a prisão preventiva de Rosimeire, o juiz de Maracaju afirma que tomou a decisão porque ela não foi encontrada para ser citada na ação em que é acusada de manter uma casa de prostituição.

Segundo ele, Rosimeire estaria, com a ausência, “causando empecilhos à instrução criminal” e prisão seria para “garantia da ordem pública e assegurar a aplicação da lei”.

“Causou estranheza a prisão dela justamente nesse momento, mas ainda vamos analisar essa situação. A nosso ver, o juiz fez justiça revogando a prisão dela”, afirmou Luis Rene. Segundo ele, a OAB acompanha as investigações sobre o desaparecimento dos irmãos.

Desaparecimento – Rodnei e Ednei foram vistos pela última vez em uma abordagem feita por quatro policiais do DOF em frente a um posto de combustíveis na saída para Antônio João, entre 11h40 e meio-dia de sábado, 12 de agosto.

Vídeo da câmera de segurança do posto mostra o momento em que Rodnei é levado para a viatura, que deixa o local seguida pelo Golf, onde estavam três outros três policiais e Ednei, no banco de trás.

Outro vídeo, gravado pela câmera de segurança de uma empresa na margem da MS-164, mostra a viatura do DOF seguindo em direção ao distrito Nova Itamarati. Logo atrás aparece o Golf preto.

Quatro dias após o desaparecimento, o diretor do DOF, coronel PM Kleber Haddad Lane, disse que os policiais teriam afirmado, em declarações informais, que liberaram os irmãos logo em seguida após a abordagem.

O carro foi encontrado no lado paraguaio e continua apreendido na Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero. O desaparecimento é investigado pela Delegacia de Homicídios, de Campo Grande, e pelo próprio DOF, através de um IPM (Inquérito Policial Militar).

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