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Interior

Após morte, polícia negocia com índios devolução de coletes e armas

Mariana Castelar e Helio de Freitas, enviado especial a Caarapó | 14/06/2016 18:14
Helicóptero do Bope fez a visualização aéra da região (Foto: Sidney Bronka)
Helicóptero do Bope fez a visualização aéra da região (Foto: Sidney Bronka)

A PM (Polícia Militar) e a PF (Polícia Federal) negociam, no início desta noite, com líderes dos índios a possibilidade de tentar reaver armas e coletes tomados durante um conflito entre os dois grupos na tarde desta terça-feira (14), em Caarapó, 283 km ao sul de Campo Grande.

Mais cedo, o agente de saúde indígena Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos (20), filho do vice-capitão da reserva, Leonardo Isnardi, morreu e pelo menos seis pessoas ficaram feridas em decorrência de confronto.

Até o fechamento deste texto, ainda havia lavouras de cana próximas em chamas e o clima era tenso no local. A estrada de acesso está bloqueada em três pontos.

A situação fica ainda mais complicada à noite. O fogo se espalha rapidamente e já se aproxima da área onde índios e policiais conversam.

A PM fez uma barreira na estrada e evita a aproximação dos jornalistas que acompanham as negociações. Até agora, são seis fazendas invadidas, de acordo com moradores da região.

Pneu furado – De acordo o subcomandante do 3º batalhão da PM de Dourados, major Everson Rozen, equipe da corporação se deslocava até a região quando o pneu da viatura furou. Sem chave de roda, um caminhão que havia furado um dos bloqueios parou para ajudar os três policiais.

Neste momento, cerca de 50 indígenas espancaram os quatro homens. Três pistolas e uma escopeta calibre 12 foram levadas e os veículos incendiados.

Segundo informações do major, a situação ficou tensa após os índios invadirem a fazenda, tomaram a sede no domingo (12) e fizeram o caseiro de refém. Para tentar resolver a situação, produtores rurais que ainda não foram identificados foram na manhã de hoje para o local.

De acordo com o presidente licenciado do Sindicato Rural de Caarapó, Antônio Maran, fala-se em 200 fazendeiros envolvidos no conflito.

No local, estão equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), PM, PRF e PF, sob o comando do tenente-coronel da PM, Carlos Silva, e de um delegado da PF de Dourados. “A situação extremanete tensa. Um helicóptero da PRF sobrevoou a área e haverá o deslocamentode de mais duas equipes equipes via terreste amanhã”, disse o major.

(Foto: Sidney Bronka)
(Foto: Sidney Bronka)
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