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Interior

Após protestos, prefeitura recua e diz que vai transportar alunos

Um dia depois de afirmar que município não faria mais serviço, secretário anunciou ônibus de volta amanhã para carregar alunos

Helio de Freitas, de Dourados | 20/08/2019 13:53
Vereadores e secretário de Educação reunidos com moradores, hoje na prefeitura (Foto: A. Frota/Divulgação)
Vereadores e secretário de Educação reunidos com moradores, hoje na prefeitura (Foto: A. Frota/Divulgação)

Depois de dois dias de protestos dos moradores incluindo bloqueio da BR-163 e de uma das avenidas mais movimentadas da cidade, a Prefeitura de Dourados – a 233 km de Campo Grande – anunciou que vai continuar transportando estudantes de sitiocas e bairros distantes da área central.

O transporte, feito por três ônibus, será retomado já nesta quarta-feira (21) e beneficia pelo menos 150 estudantes que moram na região formada pela Comunidade Ouro Fino, sitiocas Campina Verde e sitiocas Campo Belo, na região sul do município.

A medida foi anunciada pelo secretário municipal de Educação Upiran Jorge Gonçalves da Silva em reunião com representantes dos moradores. O presidente da Câmara Alan Guedes (DEM) também participou. Na manhã de hoje, a comunidade protestou em frente à prefeitura e interditou a Avenida Coronel Ponciano. Ontem, tinham bloqueado a rodovia federal entre Dourados e Caarapó.

A decisão da prefeita Délia Razuk (sem partido) ocorre um dia depois de o próprio secretário de Educação anunciar que a prefeitura não carregaria mais esses alunos de casa até as escolas, pois os bairros ficam no perímetro urbano e o transporte escolar existe para atender moradores da zona rural.

“Amanhã as três linhas que atendiam a região voltam a ‘rodar’, por determinação da prefeita”, afirmou o secretário por meio da assessoria de imprensa da prefeitura.

Upiran disse ainda que a prefeitura aguarda a conclusão da manutenção em outros ônibus da frota própria para atender a população. O município espera receber mais dois ônibus no mês que vem, para ampliar a frota de transporte escolar.

Segundo o secretário, pela lei federal, o município é obrigado a assegurar o transporte escolar na zona rural de alunos da pré- escola até o 9º ano do ensino fundamental. Já no perímetro urbano do município não existe obrigatoriedade de transporte escolar, segundo ele, e os alunos devem usar o transporte coletivo regular com o passe estudantil.

“O município assegura o passe escolar gratuito para ser utilizado no transporte coletivo. No entanto, a prefeita direcionou o atendimento à comunidade daquela região diante da necessidade das famílias”, justificou o secretário.

Ontem, Sivaldo dos Anjos, um dos líderes do movimento, disse que a comunidade é formada por famílias pobres e a maioria não tem condições de levar os filhos até as escolas, por isso a maioria perde aula há duas semanas.

Frota sem manutenção – De acordo com a prefeitura, o processo de dispensa de licitação para contratar o serviço de reparos na frota de ônibus do município está em andamento e deve ser homologado nos próximos dias. A falta de manutenção foi o primeiro motivo alegado aos moradores das sitiocas para justificar a paralisação do serviço.

A prefeitura possui 15 ônibus próprios que fazem o transporte escolar de pelo menos 800 alunos e todos estão parados por falta de manutenção. Assim como os moradores dos bairros distantes, estudantes da reserva indígena também são prejudicados.

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