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Interior

Barraco de indígena preso por invasão em terreno de construtora é queimado

Casebre localizado em área ocupada, ao lado da Avenida Guaicurus, foi destruído pelo fogo ontem à noite

Helio de Freitas, de Dourados | 10/04/2023 11:04


Barraco de um dos nove indígenas presos sábado (8) após invasão ao terreno onde será construído um condomínio de luxo foi queimado na noite deste domingo em Dourados (a 251 km de Campo Grande). Vídeos gravados por outros indígenas e divulgados nas redes sociais da ONG Aty Guasu mostram o casebre sendo destruído pelas chamas (veja as imagens acima).

“As famílias, mulheres, crianças, casas/ocas dos presos indígenas foram atacadas e incendiadas pelos pistoleiros. Botaram fogo onde as crianças e mulheres indígenas estavam dormindo, massacre e genocídio em andamento no município de Dourados e no Mato Grosso do Sul”, acusou a Aty Guasu.

 “Durante o dia a PM monitora e cerca as famílias indígenas guarani-kaiowá, durante a noite os pistoleiros atacam e botam fogo nas casas enquanto os 10 homens estão presos e suas famílias são atacadas com violência!”, postou a entidade indígena.

Dos dez homens levados para a delegacia pela Polícia Militar na manhã de sábado, nove continuam presos e um idoso de 77 anos foi liberado. As prisões ocorreram após invasão da área pertencente à Corpal Incorporadora e Construtora, que pretende construir condomínio fechado, ao lado da reserva indígena de Dourados.

A reportagem apurou que o barraco queimado fica no acampamento Ararikuty, na margem da Avenida Guaicurus. No local mora o ex-candidato a governador pelo PCO, Magno Souza, um dos nove presos pela invasão ao terreno da Corpal, mas não existe confirmação se o barraco queimado é o dele ou de um dos outros detidos.

“É genocídio! Pedimos investigação federal com urgência e apoio. Crianças se encontram com fome, sofrem massacre, violência de extermínio, famílias em situação de emergência. Devolva nossas terras. Demarcação já”, cobra a Aty Guasu.

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