Caminhoneiros suspendem bloqueios e MS tem rodovias livres após 10 dias
Após dez dias de manifestações em rodovias, caminhoneiros ocuparam seis trechos nas regiões de Dourados e Nova Andradina, na manhã desta terça (3), mas decidiram suspender a paralisação, segundo a PMRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual). Os organizadores do protesto em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande, informaram aos policiais que não pretendem fazer bloqueios, pelo menos, até o dia 10 deste mês.
Na próxima terça-feira (10), representantes do transportadores farão reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), segundo o empresário Valcir Francisco da Silva, que atua no transporte de grãos e derivados para exportação. As reivindicações dos caminhoneiros de Mato Grosso do Sul serão apresentadas pelo presidente da Unicam (União Nacional dos Caminhoneiros), José Araújo Silva, conhecido como China.
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De acordo com Valcir, não está confirmada uma suspensão geral das paralisações e é possível que haja manifesto amanhã (4) em São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros de Capital, município onde China se reuniu com caminhoneiros, no domingo (1º). Eles querem a redução do preço do óleo diesel e o estabelecimento de uma tabela de frete para que valores com defasagem de dez anos sejam atualizados. “Queremos que reduza o preço do óleo ou, pelo menos, retire a cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e também que se tenha uma tabela de frete que determine, no mínimo, R$ 0,85 por eixo, para o quilômetro rodado”, comentou.
Para exemplificar, explica Valdir, um veículo com oito eixos cobraria R$ 3,40 pelo quilômetro rodado e um caminhão de seis eixos faria cada quilômetro por R$ 5,10. “Aprovamos as mudanças na lei, mas ainda precisamos ter essas outras reivindicações atendidas”, disse Valdir.
Lei dos Caminhoneiros - Ontem (2), A presidenta Dilma Rousseff sancionou sem vetos, a Lei dos Caminhoneiros, que atende reivindicações da categoria. A lei deve ser publicada na edição desta terça-feira (3) do Diário Oficial da União. O acordo era a liberação das estradas em todo o país, com a sansão da lei.
Agora os motoristas poderão trabalhar por 12 horas seguidas, sendo quatro extraordinárias, desde que haja esta previsão em acordo coletivo entre a empresa e os funcionários. O texto anterior da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) admitia a prorrogação de apenas duas horas extras às oito horas regulares.
Para viagens de longa distância, a legislação considera a ausência do motorista por mais de 24 horas da base da empresa e de sua residência. Nesses casos, a lei estabelece que o repouso diário pode ser feito no veículo ou em alojamento fornecido pelo empregador ou contratante do transporte.
A lei agora exige exames toxicológicos aos motoristas, na contratação e desligamento da empresa, a fim de averiguar a existência de substâncias psicoativas que podem causar dependência ou comprometer a capacidade de direção. Além disso, o pedágio será gratuito por eixo suspenso para caminhões que não estiverem carregados. A lei prevê também perdão das multas por excesso de peso dos caminhões, recebidas nos últimos dois anos, e muda a responsabilidade sobre o prejuízo, entre outras alterações.