Cheia no rio Miranda força retirada de gado na região do Nabileque
Defesa Civil de Corumbá informa que produtores ainda sofrem efeitos da alta fora de época nos rios Miranda e Aquidauana, que atinge também a região do Abobral, em Corumbá
A cheia fora de época do rio Miranda, entre as regiões do Abobral e do Nabileque, forçou pecuaristas da região a levarem milhares de cabeças de gado para regiões mais altas antes do período em que o movimento é esperado. Apesar de o pico da cheia ter ocorrido há dez dias, características da região têm feito o nível das águas baixar em ritmo mais lento.
Em 7 de dezembro, conforme informações da Defesa Civil de Corumbá, a régua de medição na região do rio Miranda no município de Corumbá superava os sete metros. “Hoje caiu para 6,91 metro. Está em declínio, mas o Miranda é afluente do rio Paraguai, que o represa, levando à inundação dos campos no Nabileque e no Abobral”, explicou o tenente Isaac do Nascimento, coordenador da Defesa Civil de Corumbá.
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Produtores rurais esperavam que as cheias na região começassem no fim deste mês. Com as chuvas que há semanas atingem afluentes do Paraguai –como o Miranda e o rio Aquidauana–, o nível da água subiu. Porém, conforme Nascimento, como as regiões do Nabileque e do Abobral estão em nível abaixo do rio principal, este acaba “represando” as águas, levando aos transbordamentos.
Organização – O coordenador da Defesa Civil explica que, quando o órgão notou aumento no nível das águas do Miranda, entrou em contato com o Sindicato Rural de Corumbá, que por sua vez acionou os produtores rurais –que se organizaram e iniciaram a retirada dos animais. Não há informações exatas sobre o número de animais removidos da região, um dos principais centros de produção pecuária de Corumbá.
“Os pecuaristas no Nabileque já vinham acompanhando a elevação das águas. Muitos se mobilizaram, tiraram o gado do campo, e outros esperam para ver se há mais evolução”, disse Nascimento, atribuindo a isso o fato de que não houve grandes prejuízos com as cheias.
As cheias no rio Miranda atingiram a cidade de mesmo nome –a 201 km de Campo Grande– já em novembro, levando a prefeitura a decretar situação de calamidade pública.