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Interior

Clima ainda é tenso em área de confronto

Policiamento foi mantido em Amambai depois de confronto que terminou com a morte de indígena e 10 feridos

Silvia Frias | 25/06/2022 09:05
Equipe do Choque chegando ontem na fazenda em Amambai (Foto: Reprodução)
Equipe do Choque chegando ontem na fazenda em Amambai (Foto: Reprodução)

Um dia depois do confronto que terminou com um morto e dez feridos, policiais do BPChoque (Batalhão de Policiamento de Choque) permanecem na sede da Fazenda Borda da Mata, em Amambai, a 351 quilômetros de Campo Grande.

A situação no entorno da fazenda, distante cerca de 20 quilômetros da zona urbana, é considerada delicada e ainda de tensão entre policiais e indígenas. Na cidade, o clima é de tranquilidade e aparente costume com os embates recorrentes na região de fronteira com o Paraguai. “Vira e mexe aqui o couro come”, disse um morador.

A assessoria da 3ª Companhia Independente da PM (Policia Militar) informou que a equipe do Choque está na sede e mantém policiamento constante no entorno, assim como na estrada que divide da propriedade da Aldeia Amambai. Não há previsão de saída dos policiais militares da fazenda.

Em nota, ontem, a PF (Polícia Federal) informou que foi ao local para “avaliar a situação”. Hoje, a informação é que a equipe foi até lá por conta de denúncia de que funcionário da Funai (Fundação Nacional do Índio) havia sido mantido refém. A assessoria relatou que ele encontra-se fora de perigo. O policiamento continua, mas quem está no comando das ações é a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).

Na cidade, os moradores souberam desde cedo de que teria ocorrido confronto, mas, certeza, só depois que começaram a veicular notícias sobre o ocorrido.

O farmacêutico, que preferiu não se identificar, disse que está acostumado com notícias de embates envolvendo indígenas, sem-terra ou a repressão ao tráfico de drogas na linha de fronteira. “Aqui não é novidade um matar o outro, vira e mexe o couro come, aqui é fronteira”, disse. “Aqui é meio complicado”.

Outra comerciante, nascida e criada em Amambai, disse que os protestos dos indígenas eram pacíficos, como obstrução de rodovias. “Desde o ano passado começou a ficar mais assim”, disse. Ela soube dos boatos dos confrontos logo cedo, quando clientes da oficina mecânica relataram o que ocorria na zona rural. “Povo comentou, mas, nada oficial”.

Para a comerciante, mesmo sendo área de trânsito do tráfico, a cidade é tranquila. “O que tem muita é apreensão de droga”. Segundo ela, a situação é ruim para a economia da cidade.

Morte – No confronto ocorrido ontem de manhã, um indígena de 42 anos, identificado como Vito Fernandes, foi morto, e outros sete ficaram feridos. Dois deles foram transferidos do Hospital Regional de Amambai para unidade em Ponta Porã e terceiro para Dourados.

#matéria atualizada às 9h43 para acréscimo de informações

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