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Interior

Com 'exército' na fronteira, PCC estaria planejando assalto a banco em MS

No dia 6 deste mês, um carro-forte da empresa Brinks foi atacado na MS-156, entre Amambai e Caarapó, região de fronteira

Luana Rodrigues e Helio de Freitas | 23/06/2017 16:17
Carro-forte destruído por explosivos e dinheiro espalhado na estrada. (Foto: Direto das Ruas)
Carro-forte destruído por explosivos e dinheiro espalhado na estrada. (Foto: Direto das Ruas)

O PCC (Primeiro Comando da Capital) estaria planejando um grande assalto a uma agência bancária de Mato Grosso do Sul, na linha de fronteira entre o Brasil e o Paraguai. O crime seria na cidade de Dourados ou Ponta Porã – distantes, respectivamente, cerca de 233km e 323 km, de Campo Grande.

As informações são extraoficiais, confirmadas por um inspetor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na região, que pediu para não ser identificado, e também por um funcionário do governo de Amambay, subdivisão administrativa do Paraguai.

Conforme os relatos, a polícia do Paraguai enviou, na terça-feira (20), às autoridades policiais brasileiras, um comunicado em que afirma ter recebido informações sobre a presença de integrantes da facção criminosa PCC – entre 100 e 150 – em cidades paraguaias próximas à fronteira com o Brasil.

As informações foram divulgadas pela revista Época, nesta quinta-feira (22), e dão conta de que o PCC prepara um “grande assalto” a uma agência do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul: em Dourados ou em Ponta Porã.

Ainda segundo a revista, o PCC estaria recrutando paraguaios para reforçar a tentativa de assalto. A polícia do Paraguai, no entanto, afirma não saber a data exata em que o assalto seria realizado.

Oficialmente, por meio da assessoria de imprensa, a PRF nega que tenha recebido algum comunicado da polícia paraguaia, mas afirma que está em alerta, perante qualquer ameaça de ataque de facções criminosas. 

Exército do crime - No dia 19 de maio, o Campo Grande News mostrou que autoridades paraguaias estão convictas de que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) assumiu totalmente o controle do tráfico de drogas e de armas na Linha Internacional entre o departamento de Amambay e Mato Grosso do Sul.

Fontes do Ministério Público paraguaio revelaram ao jornal ABC Color que após eliminar o antigo chefão da fronteira, Jorge Rafaat, em junho do ano passado, o PCC colocou pelo menos 200 homens em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero para eliminar os concorrentes e assumir o controle total do fornecimento de maconha, cocaína, armas e munição para o Brasil.

De prontidão - Autoridades paraguaias que pedem para não serem identificadas temendo sofrer represália do crime organizado, afirmam que os “soldados” do PCC, fortemente armados, ficam escondidos em Ponta Porã e cidades de Amambay, aguardando ordens para fazer operações na fronteira.

“O certo é que após o assassinato de Jorge Rafaat Toumani, o PCC tomou o domínio do crime organizado na fronteira. Seus homens foram colocados em locais estratégicos, como as cidades paraguaias Capitán Bado, Bella Vista Norte e Pedro Juan Caballero”, afirmou a fonte ao jornal ABC.

Cada membro do PCC teria suas obrigações bem definidas, segundo as autoridades paraguaias, que atualmente fazem um minucioso e secreto levantamento para descobrir os integrantes da facção nos presídios paraguaios e morando ilegalmente naquele país.

“Uma parte está designada especificamente ao tráfico de cocaína, armas e marihuana ao mercado brasileiro. Outro grupo se dedica a lavar o dinheiro obtido através da comercialização de drogas e armas”, revela a autoridade.

Assalto carro-forte - No dia 6 deste mês, um carro-forte da empresa Brinks foi atacado na MS-156, entre Amambai e Caarapó, região de fronteira com o Paraguai.

Armados com fuzis e uma metralhadora antiaérea calibre 50, os seis assaltantes atiraram nos pneus e fizeram o veículo sair da pista. Depois metralharam a cabine, para forçar a saída do motorista e de três seguranças da empresa.

Notas de dinheiro se espalharam sobre a vegetação e na rodovia. Os seguranças foram obrigados a juntar as cédulas e entregar para os assaltantes, que entraram na Duster e fugiram em direção a Amambai. Além do dinheiro, cujo valor roubado não foi revelado, os bandidos levaram duas escopetas calibre 12 e dois revólveres dos seguranças.

Três quilômetros adiante, eles abandonaram o carro numa estrada vicinal e atearam fogo. A quadrilha teria entrado em uma caminhonete e fugido, possivelmente para o Paraguai, que fica a 50 km do local do roubo.

 

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