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Interior

Com fronteira entregue ao crime, Temer corta R$ 60,5 milhões do Sisfron

Sistema está na lista dos projetos que ficarão sem R$ 2 bilhões para governo gastar com educação, saúde e desenvolvimento social

Helio de Freitas, de Dourados | 14/03/2018 15:08
Homens do Exército no município de Antônio João, em novembro de 2015 (Foto: Eliel Oliveira)
Homens do Exército no município de Antônio João, em novembro de 2015 (Foto: Eliel Oliveira)

O governo Michel Temer deu mais uma demonstração que não prioriza a segurança nas fronteiras do país, por onde passa a maior parte das drogas e das armas destinadas às facções criminosas das grandes cidades brasileiras.

Projetado para ser modelo para o mundo, o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira), cujo projeto-piloto está sendo implantado em Mato Grosso do Sul, no trecho entre Mundo Novo e Bela Vista, sofreu mais um corte de recursos e ficará sem R$ 60,5 milhões em 2018.

O Sisfron é um das centenas de projetos nacionais sacrificados para que o governo federal possa fazer caixa de R$ 2 bilhões para atender os ministérios da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento Social.

A lei aprovada pelo Congresso Nacional foi assinada segunda-feira (12) por Michel Temer e publicada pela Casa Civil da Presidência. Além de R$ 60 milhões do projeto nacional, o governo cortou R$ 500 mil do Sisfron Paraná, que seria implantado em breve no lago da Usina Binacional de Itaipu.

Enquanto o governo corta verba do Sisfron, o trecho da fronteira em Mato Grosso do Sul, justamente onde, em tese, o projeto-piloto está sendo implantado pelo Exército, as quadrilhas se fortalecem comercializando drogas e armas.

Na medida em que se expandem, deixam um rastro de sangue na guerra pelo controle das atividades criminosas. Em uma semana, sete pessoas foram assassinadas na linha internacional entre o Departamento de Amambay e Mato Grosso do Sul.

Capengando – Iniciado em 2012, o Sisfron está atrasado porque só 10% dos recursos previstos foram liberados até o ano passado. Mesmo assim, segundo o Exército, 60% do cronograma foi concluído e estimativa, pelo menos até o início deste mês, era de o projeto ficar totalmente operacional até dezembro deste ano.

No dia 1º deste mês, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, fez compromisso de retomar os investimentos no Sisfron. A afirmação foi feita em reunião no Palácio do Planalto com governadores para discutir a crise da segurança pública. A vice-governadora, Rose Modesto (PSDB), participou do encontro.

Na reunião, ele prometeu que estados fronteiriços terão atenção especial do ministério, com grupos específicos de trabalho para definir estratégias de atuação integrada.

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