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Interior

Comunidade indígena rejeita donativos entregues por família de sequestrado

Doação de 500 mil dólares em alimentos foi exigência do EPP para liberar menonita; prazo termina em 3 dias

Helio de Freitas, de Dourados | 10/12/2021 13:59
Com faixas, comunidade indígena diz que não aceita donativos. (Foto: Última Hora)
Com faixas, comunidade indígena diz que não aceita donativos. (Foto: Última Hora)

Famílias indígenas que moram em favela na cidade de Concepción, a 210 km da fronteira com Mato Grosso do Sul, decidiram recusar os donativos entregues pelos familiares do eletricista menonita Peter Reimer Loewen, 23, sequestrado há quatro dias pelo EPP (Exército do Povo Paraguaio).

Para libertar o eletricista, o grupo guerrilheiro exigiu a doação de 500 mil dólares em alimentos, roupas e calçados para 20 comunidades pobres dos departamentos (equivalentes a estados) de Concepción, San Pedro e Amambay e de duas favelas da capital Asunción.

Nesta sexta-feira (10), os alimentos chegaram à comunidade indígena Redenção, mas a maioria rejeitou receber os donativos. Jacinta Pereira, uma das líderes da comunidade, disse que as famílias enfrentam muitas dificuldades, mas esperam apoio do governo federal e não desse tipo de ajuda.

Ontem, moradores das favelas Pelopincho e Chacarita, localizadas na capital, já tinham anunciado que não aceitariam os donativos em respeito à dor dos familiares do rapaz sequestrado.

Peter Reimer Loewen, outro menonita que o acompanhava e dois cidadãos paraguaios foram sequestrados segunda-feira, quando trabalhavam na Fazenda Guyra Campana, em San Pedro. Horas mais tarde, o outro menonita e os dois paraguaios foram libertados. Apenas Pedro foi mantido como refém.

Em panfleto enviado aos familiares do eletricista, os guerrilheiros exigiram a distribuição dos donativos até o dia 13 deste mês como condição para a libertação do rapaz. O governo paraguaio não tem pistas de onde Pedro é mantido como refém.

Grupos terroristas como o EPP e a ACA (Agrupación Campesina Armada) atuam há pelo menos 12 anos na região norte do Paraguai, promovendo sequestros, ataques a propriedades rurais e atentados contra policiais e militares. Os guerrilheiros têm apoio de parte da população, por isso, raramente são capturados.

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