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Interior

Contra condições ruins de trabalho, motoentregadores fazem buzinaço no Centro

Manifestantes pedem aumento do valor mínimo por corrida e do quilômetro rodado, seguro por roubos e acidentes e auxílio pandemia

Clayton Neves e Bruna Marques | 01/07/2020 11:39
Trabalhadores percorreram ruas do Centro de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Trabalhadores percorreram ruas do Centro de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Paralisação por melhores condições de trabalho reuniu cerca de 35 motoentregadores em buzinaço no Centro de Campo Grande na manhã desta quarta-feira (1º). Entre as reivindicações, os manifestantes pedem aumento no valor mínimo por corrida e do quilômetro rodado, seguro por roubos e acidentes, auxílio pandemia e melhoria no diálogo com as empresas.

O ponto de encontro dos trabalhadores foi o Horto Florestal. De máscara e acompanhados por agentes da Polícia Militar de Trânsito, eles percorreram ruas do Centro e terminaram o ato na Praça do Rádio Clube. Para chamar atenção de quem passava, os manifestantes buzinaram durante todo o trajeto.

Manifestantes se encontraram em frente ao Horto Florestal. (Foto: Kísie Ainoã)
Manifestantes se encontraram em frente ao Horto Florestal. (Foto: Kísie Ainoã)

“Nossa categoria não é valorizada, nos tratam como se não existíssemos. A taxa de entrega que ganhamos muitas vezes não dá nem para a manutenção do veículo. Espero que essa ação dê resultado”, comentou Michele Daratto, de 19 anos, que há seis meses trabalha com entregas por aplicativo.

Atualmente cerca de 2 mil trabalhadores trabalham nas 10 plataformas de entrega que operam em Campo Grande. Apesar da variedade, todas as empresas são alvos de reclamação pela falta de suporte aos trabalhadores. “Nós estamos vulneráveis. Queríamos pelo menos um auxílio em caso de doença ou de roubo, já que quase todo dia acontece um”, relata John Maycon Batista Geller, de 36 anos, que trabalha há 1 ano com entregas.

De acordo com o motoentregador, para ter uma média de ganho razoável ele precisa trabalhar de 12 a 16 horas por dia, realidade compartilhada pela maioria dos companheiros.

Trajeto foi acompanhado pela Polícia Militar de Trânsito. (Foto: Kísie Ainoã)
Trajeto foi acompanhado pela Polícia Militar de Trânsito. (Foto: Kísie Ainoã)

A falta de segurança e de suporte das empresas em casos de roubos está entre as principais reivindicações do grupo. Segundo eles, a necessidade é impulso para a exposição diária. “A gente sai para a rua sem saber se volta e não tem nenhum amparo quando acontece alguma coisa. Nossa necessidade é tanta que acabamos tendo que aceitar o que as empresas nos oferecem”, desabafa Fernando Albuquerque de Sá, de 25 anos.

Manifestação Nacional - Organizado por WhatsApp entre trabalhadores de todo o Brasil, a paralisação aconteceu em todos os Estados e foi discutida durante todo o mês de junho. Com a hashtag  #Brequedosapps, a campanha ganhou apoio nas redes sociais.

Veja o momento em que os manifestantes saem para buzinaço no Centro:




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