Contra reajuste zero, 80% dos servidores da UFGD entram em greve
Com slogan “Reajuste zero eu não tolero”, mobilização também já afeta setores do Hospital Universitário
Servidores administrativos da Universidade Federal da Grande Dourados e do HU (Hospital Universitário da UFGD) aderiram à greve nacional deflagrada pela categoria contra a proposta de reajuste zero apresentada pelo Governo Federal.
São pelo menos 1.100 técnicos administrativos que trabalham nas duas instituições, sendo 350 deles no hospital. Desse total, 80% do pessoal da UFGD já entrou na greve, assim como trabalhadores de pelo menos 20 setores do HU.
Em comunicado divulgado pelo Sintef (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais), a categoria afirma que desde o ano passado está em negociação por valorização salarial e reestruturação da carreira. Após várias rodadas de negociação, o governo ainda não apresentou proposta às demandas.
“Chegou a hora de lutarmos por nossos direitos e conseguirmos uma proposta digna. Reajuste zero eu não tolero”, afirma a categoria, em comunicado.
As principais reivindicações são reestruturação da carreira incluindo reajuste salarial; recomposição orçamentária das instituições de ensino no mínimo ao patamar de 2015; revogação de medida interna que dificulta o exercício do direito de greve; não ao ponto eletrônico; reposicionamento dos aposentados; concurso público para todos os cargos para reduzir a terceirização; deposição dos reitores interventores; fim da lista tríplice, paridade nas eleições e possibilidade de administrativos concorrerem à reitoria.
Também cobram normatização do plantão 12/60 nos hospitais universitários e fim das normativas que dificultam o direito ao adicional de insalubridade.
Naara Siqueira Aragão, representante sindical em Dourados, afirmou que a greve já tem adesão em pelo menos 60 universidades federais em todo o país. “Na UFGD, já estamos com adesão de mais de 80% dos trabalhadores e 20 setores com servidores paralisados no HU”.
A administração da UFGD faz reunião nesta tarde para decidir a adequação dos serviços afetados pela paralisação. No dia 22 de fevereiro, quando a greve já vinha sendo anunciada, a Reitoria da UFGD divulgou nota reiterando seu compromisso com a valorização dos técnicos administrativos.
“Reconhecemos a relevância desses profissionais para o sistema educacional brasileiro como um todo. O Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, conquista histórica para os servidores das universidades e institutos federais, precisa ser atualizado para se alinhar adequadamente aos novos desafios com que a categoria se depara”, afirmou.
A Reitoria também declarou apoio “à justa demanda” dos servidores técnico-administrativos pela reestruturação da carreira e recomposição salarial.
“A proposta de reestruturação do PCCTAE, que obteve a maior votação no tema ‘educação’ durante a consulta do Plano Plurianual (PPA) na plataforma Brasil Participativo, reforça a urgência dessa medida. A categoria, composta por mais de 220 mil pessoas, aguarda ansiosamente por essa atualização”, afirmou a Reitoria.
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