CRM sai em defesa de médicos ameaçados por vereadora de Dourados
Mesmo motivo levou sindicato que representa a categoria a mover ação civil coletiva
O CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) publicou um desagravo público em defesa de médicos da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e do Hospital da Vida de Dourados que foram ameaçados e intimidados pela vereadora Isa Jane Marcondes (Republicanos), conhecida como "Cavala".
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O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) emitiu um desagravo público em defesa de médicos da UPA e do Hospital da Vida de Dourados, após serem ameaçados e intimidados pela vereadora Isa Jane Marcondes, conhecida como "Cavala". O caso ocorreu durante uma suposta fiscalização em um posto de saúde, onde a parlamentar acusou um médico de receber salário sem trabalhar, gerando uma discussão que terminou na delegacia. O CRM destacou que os profissionais agiram com correção e responsabilidade. A vereadora já era investigada pelo Ministério Público Estadual por denúncias de médicos relacionadas a abordagens em unidades de saúde.
Em nota publicada hoje (3), o conselho diz que decidiu, por unanimidade entre seus conselheiros, "desagravar publicamente médicos da UPA e do Hospital da Vida de Dourados em razão de terem sido ameaçados e intimidados durante o exercício legítimo da medicina pela vereadora Isa Jane Marcondes".
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O texto justifica que o desagravo "é publicado em razão de ter sido entendido que os médicos agiram com correção e responsabilidade, de acordo com os ditames que regem a profissão médica".

A Sessão plenária que decidiu pela medida foi realizada em julho deste ano, pouco depois da parlamentar e do médico de um posto de saúde do distrito de Indápolis, em Dourados, irem parar na delegacia. Na ocasião, o profissional de saúde estava trabalhando e acabou se envolvendo em uma briga com Isa Jane quando ela chegou à unidade de saúde com o pretexto de "fiscalizar". O caso foi parar na delegacia.
O médico afirmou ter sido acusado pela vereadora de receber salário sem trabalhar. Ele explicou que cumpre seus horários, mas nem sempre está presente na unidade de saúde porque faz cursos e atendimento domiciliar. A conversa acabou em troca de ofensas e xingamentos.
Ação e investigação - A "Cavala" chegou a ser alvo de ação civil coletiva movida pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, mas o processo foi arquivado. O representante jurídico da entidade foi questionado sobre o motivo, mas não deu retorno até esta matéria ser publicada.
Antes do episódio em Indápolis, a parlamentar já era investigada pelo Ministério Público Estadual. Um procedimento foi aberto com base em denúncias de médicos recebidas antes mesmo de ela assumir o cargo no Legislativo. Isa começou a chegar nas unidades de saúde de surpresa, abordando os profissionais de saúde, gerentes e pacientes. A reportagem perguntou à assessoria de imprensa do órgão sobre o andamento da investigação e aguarda resposta.
O Campo Grande News também entrou em contato com a equipe da vereadora. Em posicionamento enviado em nota, ela não se manifestou sobre as ameaças e intimações, mas afirmou que continuará fazendo cobranças aos profissionais. "Por defender a população fui eleita a vereadora mais votada em Dourados e vou continuar cobrando que os médicos cumpram horário, que atendam de forma humanizada a população com empatia, educação e atenção. A população merece e eu tenho o compromisso de continuar fiscalizando, cobrando e denunciando", pontuou.
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