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Interior

Dois ex-servidores são presos em esquema denunciado por prefeito em julho

Operação foi deflagrada hoje pela Polícia Civil em Rio Brilhante e Nova Alvorada do Sul

Helio de Freitas, de Dourados | 30/09/2021 11:43
Policial durante mandado de busca em posto de combustíveis. (Foto: Divulgação)
Policial durante mandado de busca em posto de combustíveis. (Foto: Divulgação)

Dois ex-servidores públicos, um da Prefeitura de Rio Brilhante e outro da Prefeitura de Nova Alvorada do Sul, foram presos nesta quinta-feira (30), na Operação “Dark Card”, deflagrada pela Polícia Civil para desmontar desvio de dinheiro público através de cartões de abastecimento de combustíveis. Terceiro envolvido, também de Rio Brilhante, teve a prisão decretada pela Justiça, mas ainda não foi localizado pelos policiais.

O Campo Grande News apurou que em Nova Alvorada do Sul, foi preso o locutor de rádio Washington Luiz, que trabalhou na gestão do ex-prefeito Arlei Barbosa (MDB). Em Campo Grande foi preso Haslan Pisciottano da Silva, que trabalhava na Prefeitura de Rio Brilhante.

O esquema foi denunciado à polícia e ao Ministério Público no dia 22 de julho deste ano, pelo prefeito de Rio Brilhante, Lucas Foroni (MDB), após descobrir gastos exorbitantes com combustíveis, principalmente, em um posto de Nova Alvorada do Sul.

Três dias antes da denúncia, o prefeito tinha exonerado dois assessores suspeitos de desvio, o então controlador geral da prefeitura Haslan Pisciottano da Silva e o então coordenador de Programas Sociais Renan Espíndola.

A polícia não revelou os nomes dos alvos dos mandados de prisão, mas a reportagem apurou que seriam Renan Espíndola, Washington Luiz e Haslan da Silva. Renan não foi localizado durante as buscas de hoje.

Segundo os investigadores, os gastos irregulares, incluindo outros beneficiados que também estão sendo investigados, ultrapassam R$ 1 milhão. Há indícios de ligação do esquema com o desvio de R$ 23 milhões na Prefeitura de Maracaju, desvendado semana passada na Operação Dark Money.

Viatura do SIG em posto de Nova Alvorada do Sul, investigado por desvio. (Foto: Correio do MS)
Viatura do SIG em posto de Nova Alvorada do Sul, investigado por desvio. (Foto: Correio do MS)

Dark Card – A operação para investigar gastos irregulares por meio de cartão corporativo da Prefeitura de Rio Brilhante foi deflagrada pela Polícia Civil com apoio do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), que comanda a operação em Maracaju.

Em nota oficial, a polícia informou que a investigação teve início após a identificação de gastos exorbitantes com combustíveis no posto de Nova Alvorada do Sul. Os abastecimentos eram feitos com cartão corporativo de Rio Brilhante e lançados em nome do servidor comissionado. Entre março e julho deste ano, os gastos somente naquele posto se aproximaram de R$400 mil.

“Pelo que foi apurado, o servidor comissionado não era responsável por nenhum veículo oficial e não houve abastecimento de nenhum veículo da prefeitura no referido posto de combustível”, informa a nota da polícia. O servidor era Renan Espíndola.

Além de Renan Espíndola, a polícia também colheu indícios de participação do então controlador Haslan Pisciottano da Silva e de Washington Luiz, ex-servidor comissionado da Prefeitura de Nova Alvorada do Sul. Ele e Haslan tinham conexões com os estabelecimentos beneficiados.

Durante as buscas nesta quinta-feira, foram apreendidos na casa de Washington Luiz, cinco cartões corporativos da Prefeitura de Nova Alvorada do Sul e um veículo GM Tracker, adquirido recentemente. No posto de combustível investigado, foram apreendidos um computador e R$10.750,00 em dinheiro.

Segundo a Polícia Civil, as equipes continuam em diligências para localizar o paradeiro do foragido. A operação recebeu o nome de “Dark Card” em alusão aos gastos irregulares por meio do cartão corporativo da prefeitura, bem como pela conexão com os fatos investigados na Operação Dark Money.

*Matéria alterada às 18h06 para correção de informações.

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