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Interior

Em Corumbá, 22 licitações estão na mira do Ministério Público

Aline dos Santos | 01/06/2012 15:28
Ontem, prefeitura de Corumbá passou o dia de portas fechadas. (Foto: Anderson Gallo/Diário Online)
Ontem, prefeitura de Corumbá passou o dia de portas fechadas. (Foto: Anderson Gallo/Diário Online)

O MPE (Ministério Público Estadual) instaurou 22 procedimentos para investigar licitações da prefeitura de Corumbá. Ontem, a PF (Polícia Federal) fez operação Decoada, que apura desvio milionário de dinheiro público e direcionamento de licitações. A prefeitura passou a quinta-feira de portas fechadas.

Há um ano, o alvo foi a prefeitura de Ladário, na operação Questor, que também investigou fraudes. De acordo com o promotor Luciano Anechini Lara Leite, as licitações investigadas nas ações são em diversas áreas. Ele explica que será verificado se houve crime de improbidade administrativa. Em geral, mesmo quando o recurso é federal, a prefeitura entra com a contrapartida.

Ontem, a PF prendeu o secretário de Finanças e Administração, Daniel Martins Costa, o ex-diretor presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Rodolfo Assef Vieira, o assessor de gabinete Carlos Porto e a servidora Camila Campos Carvalho Faro. Ela já está em liberdade.

O grupo foi parar atrás das grades com base em gravações da polícia. Há indícios de superfaturamento de shows do Carnaval 2012. Conforme as investigações, a Saúde também era alvo das fraudes. Em 18 de abril deste ano, o secretário municipal da área, Lauther da Silva Serra, conversa com o diretor de hospital de Caridade.

Num dos trechos, Lauther diz: “Vamos fazer daquele jeitinho que cê falou mesmo. Quinze,quinze e vinte né? Vitor concorda e diz: “aí cê tira a sua gorjeta” (provável desvio de recurso do SUS). Lauhter então combina de arrumar o dinheiro “e aí eu vou, eu vou, eu arrumo esse dinheiro lá, eu já converso lá”.

Lauther e Vitor foram afastados dos cargos. O afastamento também foi determinado para os servidores Osana de Lucca, Márcio Androlage Chaves e Maria Vitória da Silva.

A operação foi batizada de Decoada em analogia ao fenômeno natural em que vegetação local entra em decomposição na seca, reduzindo o oxigênio da água. Como a corrupção, que asfixia a população.

Participam dos trabalhos 100 policiais federais, 16 servidores da CGU (Controladoria-Geral da União) e quatro policiais da Força Nacional de Segurança Pública.

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