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Interior

Ex-estagiário que passava informações sobre “Cabeça Branca” é preso no PR

Com senhas restritas, ex-estagiário acessava processos para obter dados sigilosos sobre maior traficante da América Latina

Helio de Freitas, de Dourados | 20/11/2017 14:32
“Cabeça Branca”, ex-sócio de Jorge Rafaat, foi preso no MT, em julho (Foto: Arquivo)
“Cabeça Branca”, ex-sócio de Jorge Rafaat, foi preso no MT, em julho (Foto: Arquivo)

Um ex-estagiário de direito da Vara Federal Previdenciária de Londrina (PR) foi preso hoje (20) pela Polícia Federal acusado de acessar informações da ação criminal envolvendo Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, para repassar dados sigilosos a pessoas ligadas ao bandido.

Considerado o maior traficante de drogas da América do Sul, Cabeça Branca foi preso em junho deste ano em Sorriso (MT) durante a Operação Spectrum, que recebeu esse nome porque durante os anos de fuga Luiz Carlos passou por várias cirurgias plásticas para mudar o rosto. Nas décadas de 80 e 90, ele sócio de outro grande narcotraficante, Jorge Rafaat Toumani, executado em Pedro Juan Caballero, em junho do ano passado.

De acordo com a PF, o ex-estagiário, que não teve o nome divulgado, foi preso temporariamente – o mandado vale por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Usando uma senha exclusiva e restrita para o trabalho, ele teria acessado ilegalmente o processo criminal referente à Operação Spectrum.

Acessos ilegais ao processo criminal feito em outros estados e até no Paraguai foram identificados. Cabeça Branca também era procurado no Paraguai, onde mantém fazendas e vários outros bens. Segundo a polícia, o ex-estagiário mantinha ligações próximas com a família do narcotraficante, que está recolhido em local mantido em sigilo pela PF.

Bens do Paraná – Entre o patrimônio de pelo menos 100 milhões de dólares que acumulou em 30 anos como um dos maiores fornecedores de cocaína para facções criminosas brasileiras e para a Europa, Luiz Carlos da Rocha tem a fazenda Água da Mata, de 200 hectares, no município de Primeiro de Maio (PR), na região de Londrina.

A fazenda está confiscada por ordem da Justiça Federal em Mato Grosso do Sul, que desde 2014 tenta levar o imóvel a leilão, mas faltam interessados. As últimas tentativas de leilão ocorreram em maio deste ano.

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