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Cidades

Parceiro de Rafaat no tráfico de drogas, 'Cabeça Branca' é preso no MT

Nyelder Rodrigues | 01/07/2017 20:45
Cabeça Branca, para não ser identificado, fez cirurgias mudanças traços no rosto (Foto: Assecom PF)
Cabeça Branca, para não ser identificado, fez cirurgias mudanças traços no rosto (Foto: Assecom PF)

Uma complexa rede montada a partir de grande logística e parceria na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Assim Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, criou um forte esquema do crime organizado. Neste sábado (1), ele foi preso após a PF (Polícia Federal) deflagrar a operação Spectrum, em vários locais do país.

Rocha foi encontrado em Sorriso (MT), usando o nome de Vitor Luiz de Moraes. Segundo a PF, ele fez várias cirurgias plásticas para mudar a face, estratégia semelhante a adotada pelo colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, que ficou no Presídio Federal de Campo Grande antes de ser enviado ao EUA.

Entre os locais onde Cabeça Branca criou ramos de atuação, está o Paraguai, mais especificamente na fronteira com o Brasil, em Pedro Juan Caballero - vizinha de Ponta Porã, localizada a 323 km de Campo Grande. Por anos, Rocha foi parceiro do ex-chefe do crime organizado na região, Jorge Rafaat Tormouni, morto há um ano.

A parceria entre ambos foi fundamental para a ascensão de ambos no mundo do crime. Enquanto Rafaat tinha o controle da fronteira, onde traficava maconha, Rocha tinha uma gama de clientes que fortaleceria a rede já estabelecida, que ampliaria sua atuação também com a cocaína produzida no Peru e Bolívia.

Assim, ambos criaram um "império" em Pedro Juan Caballero, que começou a desmoronar a partir da execução de Rafaat e, agora, com a prisão de Rocha, que será levado para um Presídio Federal - por segurança, a unidade não é informada.

Cabeça Branca morou vários anos em território paraguaio, onde encontoru poucos obstáculos perante à Justiça para seguir no crime organizado. Perto de Pedro Juan, ele mantinha duas fazendas, enquanto uma terceira ficava no departamento de San Pedro. Em todas elas a atividade oficial era a pecuária bovina.

Rocha mantinha ramos de atuação em outras áreas fronteiriças do Brasil, como a Colômbia, em áreas inóspitas e de selva, sendo fornecer de cocaína para facções de São Paulo, Rio de Janeiro e também para o exterior.

"As ações de hoje desarticulam o núcleo e comando do grupo criminoso, encerrando a continuidade das ações delitivas e estancando o ingresso de vultosas cargas de cocaína destinada ao uso no Brasil e no exterior, combustível que impulsiona o crime e a violência em todo o mundo", disse a PF em nota.

Operação Spectrum - As estimativas iniciais mostram que o patrimônio sequestrado somente nesta primeira fase da Operação Spectrum foi de aproximadamente US$ 10 milhões, concentrado em fazendas, casas, aeronaves, diversos imóveis e veículos de luxo importados. Ao todo, estima-se que ele tenha acumulado US$ 100 milhões, mas use "laranjas".

A Polícia Federal deflagou a operação em Londrina (PR), Araraquara (SP), Cotia (SP), Embu das Artes (SP), São Paulo (SP) e Sorriso. Também serão feitas buscas e apreensões no Paraguai, em cooperação com a polícia local.

Hoje, cerca de 150 policiais federais cumprem 24 mandados judiciais, sendo dois de prisão preventiva, nove de busca e apreensão em imóveis, dez de busca e apreensão de veículos e três de conduções coercitivas. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba.

Os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados e organização criminosa, com penas somadas que passam de 20 anos de prisão.

(Com informações da Agência Brasil)

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