Parceiro de Rafaat no tráfico de drogas, 'Cabeça Branca' é preso no MT
Uma complexa rede montada a partir de grande logística e parceria na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Assim Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, criou um forte esquema do crime organizado. Neste sábado (1), ele foi preso após a PF (Polícia Federal) deflagrar a operação Spectrum, em vários locais do país.
Rocha foi encontrado em Sorriso (MT), usando o nome de Vitor Luiz de Moraes. Segundo a PF, ele fez várias cirurgias plásticas para mudar a face, estratégia semelhante a adotada pelo colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, que ficou no Presídio Federal de Campo Grande antes de ser enviado ao EUA.
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Entre os locais onde Cabeça Branca criou ramos de atuação, está o Paraguai, mais especificamente na fronteira com o Brasil, em Pedro Juan Caballero - vizinha de Ponta Porã, localizada a 323 km de Campo Grande. Por anos, Rocha foi parceiro do ex-chefe do crime organizado na região, Jorge Rafaat Tormouni, morto há um ano.
A parceria entre ambos foi fundamental para a ascensão de ambos no mundo do crime. Enquanto Rafaat tinha o controle da fronteira, onde traficava maconha, Rocha tinha uma gama de clientes que fortaleceria a rede já estabelecida, que ampliaria sua atuação também com a cocaína produzida no Peru e Bolívia.
Assim, ambos criaram um "império" em Pedro Juan Caballero, que começou a desmoronar a partir da execução de Rafaat e, agora, com a prisão de Rocha, que será levado para um Presídio Federal - por segurança, a unidade não é informada.
Cabeça Branca morou vários anos em território paraguaio, onde encontoru poucos obstáculos perante à Justiça para seguir no crime organizado. Perto de Pedro Juan, ele mantinha duas fazendas, enquanto uma terceira ficava no departamento de San Pedro. Em todas elas a atividade oficial era a pecuária bovina.
Rocha mantinha ramos de atuação em outras áreas fronteiriças do Brasil, como a Colômbia, em áreas inóspitas e de selva, sendo fornecer de cocaína para facções de São Paulo, Rio de Janeiro e também para o exterior.
"As ações de hoje desarticulam o núcleo e comando do grupo criminoso, encerrando a continuidade das ações delitivas e estancando o ingresso de vultosas cargas de cocaína destinada ao uso no Brasil e no exterior, combustível que impulsiona o crime e a violência em todo o mundo", disse a PF em nota.
Operação Spectrum - As estimativas iniciais mostram que o patrimônio sequestrado somente nesta primeira fase da Operação Spectrum foi de aproximadamente US$ 10 milhões, concentrado em fazendas, casas, aeronaves, diversos imóveis e veículos de luxo importados. Ao todo, estima-se que ele tenha acumulado US$ 100 milhões, mas use "laranjas".
A Polícia Federal deflagou a operação em Londrina (PR), Araraquara (SP), Cotia (SP), Embu das Artes (SP), São Paulo (SP) e Sorriso. Também serão feitas buscas e apreensões no Paraguai, em cooperação com a polícia local.
Hoje, cerca de 150 policiais federais cumprem 24 mandados judiciais, sendo dois de prisão preventiva, nove de busca e apreensão em imóveis, dez de busca e apreensão de veículos e três de conduções coercitivas. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba.
Os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados e organização criminosa, com penas somadas que passam de 20 anos de prisão.
(Com informações da Agência Brasil)