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Interior

Ex-vereadores são transferidos para presídio, depois de uma semana em delegacia

Angela Kempfer | 06/05/2011 10:14

Presos há uma semana, os ex-vereadores Sidlei Alves e Humberto Teixeira Júnior foram transferidos ontem a tarde para a Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa, em Dourados.

A transferência do 1º Distrito Policial para a PHAC só ocorreu agora porque antes não havia vagas.

A Justiça ainda não decidiu sobre pedido de liberdade provisória, feito pelos advogados de defesa, no dia 3.

Ontem, o site Dourados Agora divulgou trechos de intercepta~ções telefonicas feitas durante a operação Câmara Secreta, do Gaeco.

Elas foram entregues ao jornal por um ex-funcionário da Câmara, que servia o vereador Júnior Teixeira. Ele fez a gravação de um dos seus diálogos com o vereador pouco antes das eleições para presidente, senadores e deputados.

Segundo o site, em uma das conversas, Teixeira cita claramente o envolvimento de toda a Mesa Diretora da Câmara no esquema de consignados e que “todos” os vereadores tinham consigados em nome de funcionários: “Todos os vereadores têm, uns mais outros menos, mas todos têm”, diz Teixeira na gravação.

"Então sentamos com a Mesa Diretora para dar uma solução. Quem tem funcionário que está a mais de 30% acima da margem exonera e coloca outro no lugar para pegar o cheque do salário e pagar o consignado”, explicou.

Até então, conforme a gravação, a preocupação do Júnior Teixeira seria eliminar provas, caso houvesse uma investigação das autoridades com relação ao esquema de consignados.

Consignados-A finalidade exclusiva da contratação era para obter empréstimos consignados, cujos valores foram repassados para o ex-vereador. Os holerites dos servidores eram falsificados pelo então diretor financeiro da Câmara, a mando dos dois vereadores.

Os valores era aumentado em até cinco vezes, para conseguir emprestar grandes somas. Dos denunciantes, dois eram servidores fantasmas, pois jamais trabalharam na Câmara Municipal de Dourados.

Uma delas trabalhava efetivamente na assessoria de Teixeira Júnior e outros recebiam “gorjetas” mensais diretamente do ex-vereador e lhes prestavam serviços de caráter pessoal.

A intermediação dos empréstimos entre a Câmara e as instituições bancárias era conduzida por Rodrigo Terra, vulgo “Tapado”, assessor de Teixeira. Ele instruía a falsificação de documentos públicos e conduzia os servidores até os bancos.

Assim que os empréstimos eram liberados, os servidores entregavam todo o valor para Rodrigo, que os recebia em nome de Teixeira Júnior. Alguns empréstimos eram pagos pelos próprios vereadores Teixeira Júnior e Sidlei Alves. Em outros, apurou-se, as parcelas eram descontadas do servidor fantasma e pagas ao banco.

Segundo as declarações dos ex-servidores, inclusive valores referentes a rescisões de contrato teriam sido apropriados indevidamente pelo ex-vereador, por intermédio de seu assessor.

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