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Interior

“Fantasma da Fronteira” e Minotauro enviavam 5 toneladas de cocaína por mês

Informação faz parte da delação premiada de piloto que trabalhava para Caio Bernasconi Braga

Helio de Freitas, de Dourados | 05/05/2023 10:17
Um dos dois aviões apreendidos durante prisão de Caio Bernasconi Braga, terça-feira (Foto: Divulgação)
Um dos dois aviões apreendidos durante prisão de Caio Bernasconi Braga, terça-feira (Foto: Divulgação)

O traficante internacional Caio Bernasconi Braga, o "Alemão", conhecido também como “Fantasma da Fronteira”, era homem de confiança e “irmão de tráfico” de outro bandido renomado, Sergio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”.

Juntos, eles coordenavam o envio de cinco toneladas de cocaína por mês da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul para o interior de São Paulo e depois para portos brasileiros, onde a droga era embarcada em contêineres de frutas e veleiros com destino à Europa.

As informações foram reveladas por um dos pilotos da organização criminosa, Felipe Ramos Morais, que fez acordo de delação premiada com a Justiça de Pernambuco. Segundo o piloto, a parceria entre “Fantasma” e “Minotauro” era de extrema confiança e tinha como principal base a cidade de Pedro Juan Caballero, de onde a droga era enviada em aeronaves.

Sergio de Arruda Quintiliano Neto foi preso em fevereiro de 2019 em Balneário Camboriú (SC) após comandar banho de sangue na linha internacional do Paraguai com MS. Entre os crimes atribuídos ao bandido estão os assassinatos de um policial civil e do ex-vereador de Ponta Porã, Chico Gimenez.

Caio Bernasconi Braga, o “Fantasma da Fronteira” (Foto: Arquivo)
Caio Bernasconi Braga, o “Fantasma da Fronteira” (Foto: Arquivo)

Com prisão decretada pela Justiça de São Paulo em 2015 e denunciado no âmbito da Operação Além-Mar, deflagrada em agosto de 2020, Caio Bernasconi Braga foi preso terça-feira (2) na zona rural de Ponta Porã. Policiais federais o localizaram no momento em que trocava de avião. As duas aeronaves foram apreendidas.

Caio Bernasconi ganhou o apelido de “Fantasma da Fronteira” por se manter nas sombras durante oito anos, atuando como importante “importador” de cocaína do Paraguai para organizações criminosas brasileiras.

Após a prisão, na terça-feira, equipes da Força Nacional e até veículos de guerra do Exército brasileiro foram mobilizados para reforçar a segurança no entorno da Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã, para onde o “Fantasma da Fronteira” foi levado. Havia temor de tentativa de resgate.

Horas depois, ele foi transferido para a Superintendência da PF em Campo Grande. Ontem, o Campo Grande News apurou que Caio Bernasconi recebeu a visita da advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra. Entretanto, o nome dela ainda não consta nos processos como defensora do bandido.

Frutas – Investigações da Operação Além-Mar revelaram que as quatro organizações criminosas ligadas a Caio Bernasconi Braga usavam principalmente cargas de frutas para esconder a cocaína despachada para a Europa.

Como homem de confiança de “Minotauro” – que na época estava na fronteira, como chefe local do PCC (Primeiro Comando da Capital – Caio Bernasconi tinha a missão de receber a droga nos entrepostos localizados no interior de São Paulo e atuava como gerente comercial do esquema em Recife, capital pernambucana.

Então braço direito e operacional de “Minotauro”, Caio Bernasconi fornecia cocaína ao grupo liderado pelo traficante Romilton Queiroz Hosi, que ficou conhecido por fugir do Fórum de Campo Grande (MS) durante audiência, em 2003. Para escapar, ele teria pago R$ 1 milhão aos policiais que o escoltavam. Romilton Queiroz voltou a ser preso em março de 2019, em Jundiaí (SP).

No dia 21 de abril de 2018, no interior de São Paulo, a polícia apreendeu meia tonelada de cocaína que tinha sido levada de Pedro Juan Caballero de helicóptero e acabara de ser carregada num caminhão. Interceptações telefônicas mostraram que Caio Bernasconi, chamado nos diálogos de “Zóio Verde”, intermediou o envio da droga.

Três homens foram presos em flagrante quando carregavam a cocaína para o depósito da organização em Americana. Um deles era Ronelson Cândido Martins, chefe operacional de Romilton Queiroz Hosi.

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